João Pessoa, 01 de julho de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
De volta às manchetes da mídia ocidental, o Iraque vive uma retomada da escalada de violência, que está a ponto de se tornar uma nova guerra civil. Muitas cidades foram tomadas pelo grupo rebelde Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) e o conflito deixou de ser encarado como nacional, passando a ser regional.
Até 2011, o Iraque foi protagonista de grande parte das notícias internacionais devido à guerra, que teve início em 2003. No entanto, mesmo que boa parte do Ocidente tenha ‘ignorado’ o país nos últimos dois anos, tecnicamente, o cenário de guerra nunca deixou de existir na região.
“A fragmentação do Iraque é um processo que está em curso desde a queda de Saddam Hussein. A insurgência sunita também já é um fenômeno de longa data”, lembrou o professor-doutor do Instituto de Relações Internacionais da USP, Kai Enno Lehmann. “Em outras palavras, o que está acontecendo não é, ou não deveria ser, uma grande surpresa”, conclui.
O professor explica que o EIIL é um grupo surgido após uma ruptura da Al-Qaeda no Iraque. Inicialmente composto por sunitas, o grupo também conta com o apoio de muitos jihadistas estrangeiros, que lutam na Síria e no Iraque.
O que ocorre atualmente nas terras iraquianas teria ampla relação com o que acontece no território sírio já há muito tempo. “De fato, faz parte do mesmo processo pelo qual está passando todo o Oriente Médio, somente sendo expresso de forma diferente particulares em países”, afirma o professor, que acredita ser um grande erro ver o que está acontecendo na região como algo estritamente ‘iraquiano’ ou ‘sírio’. Ou seja, a situação não é um problema nacional, mas regional. “O fim desse processo é completamente imprevisível”, garante Lehmann.
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