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Polícia do Mali invade hotel e liberta reféns sequestrados; há mortos

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publicado em 20/11/2015 às 15h41

O ministério da segurança do Mali afirmou que não há mais reféns em poder de terroristas que invadiram o hotel Radisson Blu, em Bamako, nesta sexta-feira (20). O cerco durou mais de 8 horas e as forças armadas acabaram invadindo o local onde 170 pessoas chegaram a ficar em poder dos terroristas. Ex-colônia francesa, o Mali fica no norte da África.

A rede de TV CNN e a agência Reuters reportam que alguns sequestradores ainda estão no hotel, nos andares superiores. A CNN informou ainda que 10 corpos foram encontrados, atribuindo a informação a um porta-voz do exército do Mali, Mamadou Coulibaly.

A Reuters relata que 27 pessoas foram mortas, segundo forças de segurança da ONU. A France Presse informa 22 mortos e que 2 deles seriam terroristas. Antes do fim do sequestro, o governo confirmou 3 mortos — 2 malineses e 1 francês.

“Os sequestradores não têm mais reféns. Eles estão se escondendo nos andares superiores Estão sozinhos com as forças especiais de segurança do Mali, que está tentando tirá-los de lá”, afirmou Amadou Sangho, porta-voz do governo, à Reuters.

O sequestro começou às 5h (horário de Brasília, 7h no Mali) desta sexta. Os terroristas fizeram 140 hóspedes e 30 funcionários reféns, segundo a Rezidor, empresa americana que administra o Radisson Blu.

Segunto testemunhas, os agressores armados com fuzis AK-47 eram “jihadistas”. Eles percorreram vários andares do hotel recolhendo reféns e se entrincheiraram no sétimo andar.

Alguns reféns foram liberados pelos próprios sequestradores, incluindo duas mulheres, após provarem que eram capazes de recitar versos do Alcorão. Quando percorriam os corredores do hotel, os agressores gritavam “Alá é grande”.

Cinco horas depois do início do sequestro, uma primeira investida dos policiais e soldados  libertou algumas dezenas de reféns, mas, segundo a Rezidor, 138 pessoas permaneceram no hotel por até 8 horas, até a invasão das forças de segurança que pôs fim à ação.

Quem assumiu a ação
O chefe das forças de paz da ONU no Mali, Mongi Hamdi, afirmou que um possível motivo para o ataque é o fato de que diplomatas teriam uma reunião no hotel para discutir o processo de paz no país, que vive conflitos com extremistas islâmicos nos últimos anos.

A postagem de uma conta do Twitter que se identifica como de propriedade do grupo terrorista Al-Mourabitoun reivindicou o ataque. Agências de inteligência, porém, ainda não conseguiram confirmar a autenticidade da mensagem.

O Al-Mourabitoun é filiado à rede terrorista internacional Al-Qaeda e atua primordialmente no norte do Mali.

Em comunicado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o que chamou de “horrível ataque terrorista” e se disse preocupado porque o ataque ocorre em um momento em que se podem constatar “importantes avanços no processo de paz” no país.

O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, estava no Chade, outro país do norte da África, e falou à TV France 24 que seu país terá de se acostumar a situações como esta. “Devemos todos ter humildade. Ninguém, nenhum lugar está a salvo do risco de terrorismo”, declarou.

Como grupo entrou
Segundo a administração do hotel, o ataque foi realizado por apenas 2 ou 3 homens. Forças de segurança, porém, estimam que 10 participam da ação armada.

O grupo entrou no prédio aproveitando a entrada de um veículo diplomático para o qual o portão havia sido aberto. Os terroristas chegaram a dispararar contra o carro.

O Radisson Blu fica a 1,5 km de distância da Embaixada dos EUA no Mali. Após a invasão da polícia, o Pentágono informou que todos os 22 militares e funcionários civis que estão na região estão em segurança.

A empresa Air France afirmou que doze de seus funcionários estavam no hotel, mas foram libertados pela ação policial. A empresa cancelou todos os vôos de Paris para Bamako previstos nesta sexta.

G1

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