João Pessoa, 30 de setembro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Na vida, o coração aprende cedo que o amor não é uma experiência única, mas um território cheio de caminhos. Há o amor da sua vida,aquele que chega como vendaval, mexe com cada fibra do ser e se torna para sempre o seu ponto fraco. É paixão que arde, mas que nem sempre encontra chão para permanecer. É aquele nome que se repete em silêncio, mesmo quando o tempo insiste em apagá-lo.
E há também o amor pra sua vida. Ele não chega como tempestade, mas como porto seguro. Não promete eternidade em promessas inflamadas, mas oferece reciprocidade, diálogo, maturidade. É o amor que não apenas existe, mas resiste. Aquele que constrói, tijolo por tijolo, o lar da alma.
Talvez aí esteja o dilema humano: escolher entre permanecer com quem desperta o desejo de dar o mundo, mesmo sem garantia de retorno, ou se permitir erguer um novo mundo ao lado de quem está disposto a construí-lo junto.
Alguns têm a sorte de encontrar tudo isso em uma só pessoa. Mas a maioria de nós vive entre dois extremos: o amor que deu certo e o amor que gostaríamos que tivesse dado certo. Um nos sustenta; o outro nos inquieta.
É desse contraste que nasce a beleza da vida. Porque é na lembrança do que não foi que reconhecemos a preciosidade do que temos. E é na segurança do que temos que aprendemos a perdoar a saudade do que não foi.
Talvez amar seja isso: aceitar que o coração é largo demais para caber em um só caminho, e sábio o bastante para compreender que, entre dois amores, a vida segue pedindo coragem para escolher e gratidão para permanecer.
“Existe o amor da sua vida, e o amor pra sua vida.”
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 26/09/2025