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Nem perfeita, nem santa, só eu
por Antônia Claudino
Nunca fui perfeita. E nem me interessa esse troféu que ninguém nunca pegou.
Já tropecei nas próprias certezas, já bati a porta errada jurando que era a da saída, já me calei quando devia gritar, e já gritei feito trovão quando bastava um sussurro.
Já magoei.
Não por maldade — que isso, Deus me livre desse veneno — mas por pressa, por orgulho besta, por cansaço de ser sempre forte.
Tem hora que até a rocha pede trégua.
Mas uma coisa é certa: quando digo “gosto de você”, é de alma nua.
Quando digo “te amo”, não é pra preencher silêncio nem pra encurtar distância.
É porque amo mesmo, com esse meu jeito meio atrapalhado de quem ama com as vísceras e não sabe parcelar sentimento.
E se eu errar contigo — e olha, pode acontecer — também sou dessas que sabe voltar.
Não volto com discurso ensaiado, não. Volto com o coração nas mãos, dizendo “me perdoe” olhando no olho, do jeito que minha mãe me ensinou.
Ser perfeita? Nunca fui.
Sou feita de carne, lágrima, luta e fé.
Sou feita de ontem e de agora, dos tombos e dos recomeços.
E quer saber? Tenho orgulho disso.
Porque na minha estrada não tem pose: tem verdade.
E quem caminhar ao meu lado vai ver: posso não ser santa, mas sou inteira.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
BOLETIM DA REDAÇÃO - 22/07/2025