João Pessoa, 06 de junho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A autoestima tem um impacto enorme na maneira como as pessoas vivem suas vidas. Durante muito tempo, ela foi considerada a chave para o sucesso pessoal e profissional. Mas a psicologia moderna mostra que a autoestima não é apenas se sentir bem consigo mesmo. Ela envolve reconhecer o próprio valor de forma equilibrada, sem exageros nem cobranças extremas. Ter autoestima saudável não significa se achar melhor que os outros, mas conseguir se aceitar e se valorizar como se é.
O ambiente em que a pessoa cresce tem grande influência na formação da autoestima. Pais que oferecem amor, apoio e segurança criam filhos com mais confiança e capacidade de enfrentar desafios. Já ambientes com críticas constantes, rejeição ou falta de apoio podem gerar insegurança e uma visão distorcida de si mesmo. Por isso, o acolhimento e o reconhecimento desde a infância são tão importantes para formar adultos mais resilientes.
Pesquisas mostram que a autoestima elevada está associada a maior felicidade, melhores relações sociais e mais capacidade de lidar com problemas. Porém, nem toda autoestima alta é saudável. Algumas pessoas aparentam ter autoestima forte, mas, na verdade, precisam de reconhecimento externo o tempo todo e reagem de forma defensiva a qualquer crítica. Isso mostra que é preciso diferenciar a autoestima sólida daquela que é frágil e depende de aprovação dos outros.
Outro conceito essencial é o de autoaceitação. Aceitar-se é reconhecer seus pontos fortes e fracos, sem se julgar o tempo inteiro. Muitas vezes, só quando a pessoa aceita suas limitações é que consegue mudar ou melhorar. A autoaceitação não significa se conformar, mas sim ter uma base de respeito próprio para construir novas conquistas.
Baixa autoestima pode estar ligada ao surgimento de transtornos emocionais como ansiedade e depressão. Estudos mostram que quem tem autoestima muito baixa corre maior risco de desenvolver sintomas depressivos ao longo da vida. Ao mesmo tempo, quadros de depressão podem reforçar pensamentos negativos sobre si mesmo, criando um ciclo difícil de quebrar sem ajuda adequada.
A relação entre autoestima e saúde mental é tão forte que muitos tratamentos para depressão e ansiedade incluem o fortalecimento da autoestima como parte da terapia. Estratégias como desenvolver habilidades, melhorar o autocuidado, estabelecer metas realistas e aprender a lidar com erros são fundamentais para essa reconstrução interna.
É importante entender que autoestima não é um traço fixo. Ela pode mudar ao longo do tempo e com as experiências vividas. Conquistas pessoais, apoio social e superação de dificuldades ajudam a fortalecer a imagem que a pessoa tem de si mesma. Por outro lado, perdas, rejeições e fracassos podem abalar essa construção, mostrando que autoestima precisa ser cuidada como qualquer outra parte da saúde.
Na prática, cultivar autoestima envolve pequenas atitudes diárias. Evitar comparações destrutivas, valorizar as próprias conquistas, aceitar os erros como parte do aprendizado e buscar ambientes acolhedores fazem diferença. Além disso, exercitar a gratidão e a empatia com os outros também fortalece a relação consigo mesmo.
Num mundo onde a pressão por padrões de sucesso e perfeição é cada vez maior, falar sobre autoestima e autoaceitação é urgente. Afinal, cuidar da própria saúde emocional é essencial para viver com mais equilíbrio, resiliência e alegria. Como ensinou Carl Rogers, o verdadeiro caminho da mudança começa quando aceitamos quem somos de verdade.
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