João Pessoa, 17 de maio de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
(dedicado a jória e clarice guerreiro)
Ele disse que foi o cachorro que colou nele e deu ao cachorro, o nome de Osso. E ele não tinha outro nome? Balançou com a cabeça que não sabia.
Sinto que há algo muito forte entre animais e pessoas, tantas vezes tristíssimas pessoas que lembram os violinos de Villa-Lobos, e não se sentem só, gente que ressuscita todos os dias e vive com seus cachorros sadios ou doentes e sonham com um prato de comida, onde estariam, ele e Osso, em poucos minutos.
Todas essas impressões estão em minha memória, aflitivamente próximas umas das outras, como que pedindo, implorando mesmo, que eu escute novamente Villa-Lobos
Até pensei em conversar mais com o menino, ao menos passear com ele e seu cão por aquelas ruas antigas dos anos 70 e tentar sentir um resquício das sensações de quando só existiam cachorros de rua.
Quando eu era menino e chovia, eu tomava banho nas biqueiras do mercado e os cachorros também – aquilo era a felicidade.
O menino na calçada de uma loja fechada com seu cão doente, no centro de João Pessoa, na impossibilidade de não ir onde ele mais queria, muitas vezes consciente, tantas sem o saber.
Ontem, parado na calçada da praça João Pessoa, eu vi as putas e os cachorros sumindo na chuva
Nem todo mundo se deixa envolver com essas cenas. Eu mesmo atinei para o fato da ideia de ajudar o menino com o Brasil estampado na camiseta, e estava num nível quase inconsciente (como todos as outras que temos, diga-se de passagem!), pois eu acreditei no menino que ama seu cachorro Osso.
Escrevo e morro tantas vezes quantas vezes e dou fé no que virá.
Kapetadas
1 – Você sabe que está em uma guerra híbrida quando o noticiário parece ficção e a ficção parece o noticiário.
2 – Evite puxar assunto na sala de espera de um consultório psiquiátrico, senão vc pira.
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 16/05/2025