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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Destino manifesto

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publicado em 06/05/2025 ás 07h00
atualizado em 06/05/2025 ás 08h04

Ninguém sabe do destino, nem saberá. Vem comigo, abandone de vez esses dias escassos ambíguos, mas não me pergunte para onde vamos? Só se não quiseres, quereres, queremos.

Nada nos prende. Nem os curandeiros, feiticeiros, bruxas,  fantasminhas, engolidores de fogo, a besta fera, bombas, sequer o olhar dos inquilinos podem arriscar. Espernear não é pragmático, é uma patológico.

As conjecturas (existe isso?) sobre o destino são entendidas na literatura e no cinema. Na vida, geralmente acontece com quem não saca possibilidades, gente amargurada na sua insensatez, no que chamamos de ficou para trás, no esquecimento.

Nem as cartas, nem cartografias, sequer, os desejos ocultos. A coisa toda, o beijo, a cama é um único incentivo para que os amores fujam do destino. E se você descobrir que a memória está desaparecendo? Ai não é coisa do destino.

Quando o amor termina, morremos com ele, mas não vislumbramos a destruição e isso é não é o destino. Qual é  seu epiteto?

Quando os pensamentos são outros, o destino surge com seu valor simbólico e, portanto, nem se lembra do que acabou.  Um achado é a erudição. Ai sim.

Tudo pode ser esquecível, definitivamente liberto e é assim que gostamos. O amor é uma metáfora cheia de esperança, e é por isso que talvez a crença de que amamos tem a sua durabilidade, do que existiu, sejam leituras, devoção, memória, nunca destino.

Existirá noutro embate civilizatório, se ainda estiver em movimento. Como assim?  Os olhos pedem o impossível — nada está anunciado, mas estamos na memória de outros destinos.

Puxa vida! Eu começo a escrever e logo percebo que não sei mais escrever e isso pode ser um libelo, liberto, um elo, entre  destinos.

Afinal, como diz Caetano Veloso, existirmos ao que será que se destina?

Kapetadas

1 – No Brasil, celebridade é cargo vitalício, só perde para corrupto.

2 – Se alguém responde ‘eu estou ótimo’ hoje em dia, só pode estar muito mal.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB