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Francisco Leite Duarte é advogado tributarista, auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, doutor em direitos humanos e desenvolvimento. Na Literatura, publicou os romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias (“Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas.

Desigualdade e concentração de renda, o programa top da direita

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publicado em 26/01/2024 ás 07h00
atualizado em 25/01/2024 ás 21h08

Uma senhora pobre revoltou-se porque os valores do bolsa família teriam sido reajustados acima dos das aposentadorias e pensões, segundo mensagem que circulava nos grupos bolsonaristas, dos quais é participante mais afoita.

Um absurdo, posto que, segundo a mentecapta, privilegiavam-se os vagabundos em detrimento da gente trabalhadora. Não conferi a veracidade da informação porque isto não importaria, ante os dados sobre a desigualdade e a concentração de renda  no mundo e no Brasil, a justificar qualquer medida de inclusão social.

De fato, o Relatório Desigualdade S.A. da Oxfam, de 15 deste mês, informa que se mantida a discrepância entre os mais ricos e os mais pobres, a pobreza talvez somente seja erradica em 230 anos.

De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022, publicado pela ONU (PNUD) em 2023, os países africanos e americanos, sobretudo da América do Sul e Central, sofrem maior concentração de renda.

O Brasil tem lugar negativo de destaque. O Índice de Gini, coeficiente que mede a concentração de renda, mostra que o Brasil ocupa o 14 lugar, dividindo essa vergonhosa posição com o Congo, cujo índice é 48,9. Pois é. Em termos de desigualdade social, o Brasil  só ganha de trezes países, a maioria de países africanos.

Por outro lado, segundo o IBGE, a parcela de 1% dos brasileiros mais ricos ganha uma renda média mensal 32,5 vezes maior que o rendimento da metade mais pobre da população do País. Em 2022, por exemplo, quando o país ainda era governado pelo capeta, o País teve, segundo o IBGE, o menor resultado no coeficiente de Gini desde 2012.

Voltando ao Relatório da Oxfam, 63% da riqueza do Brasil pertence a 1% da população, sendo que os 50% mais pobres detêm apenas 2% do patrimônio do país.  Compreende-se por que aqui, as políticas públicas de inclusão social são, quase sempre, detonadas por essa gente graúda que explora os trabalhadores e os convence a ser pobres de direita.

@professorchicoleite

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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