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Afastado do cargo, prefeito da PB já recebeu quase R$ 500 mil em salários

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publicado em 08/11/2023 às 18h05
atualizado em 08/11/2023 às 16h07
Sandro Môco (PSDB) foi afastado do cargo em agosto de 2020 durante a Operação Rent a Car

Afastado do cargo de prefeito de Camalaú desde agosto de 2020, Alecsandro Bezerra dos Santos (PSDB) continua recebendo salários da gestão. Um levantamento feito pela reportagem do Portal MaisPB mostra que o tucano recebeu quase R$ 500 mil, mesmo sem trabalhar.

De acordo com os dados divulgados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sandro Môco, como o prefeito é conhecido, ganhou R$ 60 mil de salários entre agosto e dezembro de 2020, ano que foi afastado do cargo, R$ 144 mil em 2021, R$ 168 mil em 2022 e R$ 126 mil até setembro de 2023, como mostram os dados do Sagres.

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Com Sando Môco impedido de exercer a função pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), quem responde atualmente pela Prefeitura de Camalaú é o vice-prefeito Ubirajara Antônio Pereira Mariano.

A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Camalaú através dos contatos disponíveis em seu portal oficial, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.

Acusações contra Sandro Môco 

Sandro Môco foi afastado da Prefeitura de Camalaú em agosto de 2020 durante a Operação Rent a Car, deflagrada pelo Ministério Público da Paraíba para investigar a suspeita de crimes de falsidade documental, fraude à licitação e desvio de recursos públicos.

+ Camalaú: prefeito é preso e afastado do cargo por suspeita de desviar recursos

À época, Môco chegou a ser preso em flagrante, mas solto em seguida. O esquema, segundo o Ministério Público, consistia na prévia emissão de documentos falsos e locação fraudulenta de veículos do prefeito (uma caminhonete Nissan Frontier Le At 4X4, ano 2017 e um caminhão Mercedes Benz/ L 1113, vermelho, ano 1973), registrados em nome de “laranjas”, cujos contratos revelaram prejuízo ao erário no valor de R$ 314.690,62.

Há ainda outra investigação em curso contra Sandro. O Ministério Público acusa o tucano de por corrupção passiva por, em razão da função de prefeito, ter solicitado vantagem indevida (pagamento de propina em dinheiro em espécie) da empresa PRLW Shows Ltda, conhecida pelo nome fantasia “Banda Pedrinho Pegação”.

+ MP acusa prefeito de pedir propina a Pedrinho Pegação

No final do ano passado, o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) manteve o afastamento de Sandro Môco. O relator, o desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, resumiu o seu voto, destacando que a denúncia do Ministério Público foi bem detalhada, cautelosa e descreve os delitos com clareza. Ele rejeitou as alegações da defesa, votou pelo acolhimento da denúncia, dado os indícios de materialidade e de autoria e a documentação apresentada pelo MP.

Sandro Môco foi reeleito, mas impedido de assumir cargo 

Mesmo estando afastado da função de prefeito, Sandro Môco disputou e foi reeleito como chefe do Executivo Municipal de Camalaú com 55,34%, numa disputa contra Aristeu (Cidadania). Apesar do resultado, o tucano não conseguiu assumir, já que o desembargador Arnóbio Alves Teodósio prorrogou, à época, o afastamento.

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