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Zeca Baleiro lança em julho ‘Mambo Só’ e dá início a celebração dos 26 anos de carreira

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publicado em 24/06/2023 às 11h38
atualizado em 24/06/2023 às 08h41

Kubitschek Pinheiro

Fotos – Diego Ruahn

Zeca Baleiro deu início a celebração dos 26 anos de carreira lançando singles que vão compor o novo disco “”Mambo Só”. O primeiro foi “Ventos de Outono”, a faixa que explora a realidade do artista durante a pandemia de COVID-19, flutuando em torno dos sentimentos que enchiam sua vida na época.

“Uma canção de saudade, ausência e perda, sentimentos que me tomaram naqueles dias”, é assim que a lenda da MPB Zeca Baleiro descreve “Ventos de Outono”.

Zeca Baleiro canta acompanhado por Pedro Cunha (teclados), Tuco Marcondes (guitarra), Fernando Nunes (baixo), Kuki Stolarski (bateria), Tiquinho (trombones), Hugo Hori (sax e flauta) e Érico Theobaldo (programação e synths). A mixagem é de Sérgio Fouad e a masterização de Flávio Decaroli Sani. O single é um lançamento da Saravá Discos com distribuição digital da ONErpm.

Ventos de Outono abriu a temporada de lançamentos, seguido de Você Goza com DinheiroDe Longe Toda Serra é Azul e Eu Te Admirava Mais No início de julho, Baleiro lança o EP completo! Os lançamentos são do selo do próprio Zeca Baleiro, Saravá Discos, com distribuição digital da ONErpm.

Para o segundo semestre, o cantor e compositor prepara dois álbuns com produção de Swami Jr. – um autoral de sambas, que vem sendo gravado há 11 anos com a participação de uma nova geração de bambas; e o projeto com Chico César, iniciado com o lançamento dos duplos singles “Lovers + Respira” (2021) e “Verão + Beije-me Antes” (2022). O pacote comemorativo ainda inclui um talk show/podcast com convidados e “Nomes e Coisas”, livro de pequenas memórias, com relatos de histórias vividas e impressões sobre amigos, parceiros e ídolos, e experiências da “longa estrada da vida”.

Em conversa com o MaisPB, o artista conta desse novo disco, de outro só de samba que sairá ainda este ano, do esperado álbum com Chico César e relembra Gal Costa e Rita Lee

MaisPB  – Ventos de Outono deu início ao lançamento dos singles – uma poesia da natureza, das estações que adentra o universo particular de cada um, durante a pandemia. Vamos falar sobre essa canção?

Zeca Baleiro – “Vento de Outono” foi uma das primeiras canções que fiz quando se deu o isolamento causado pela pandemia de covid-19. Era outono naturalmente. Eu buscava compor algo leve, radiofriendly, como dizem os executivos da música, quando vi as folhas da amendoeira frondosa da minha rua começando a se desprender, formando um belo tapete de folhas secas na rua. Então um primeiro verso me ocorreu – “vento de outono vem e cai a folha”- e este verso simples desencadeou uma livre associação de ideias baseada na rima. É uma canção de saudade, ausência e perda, sentimentos que me tomaram naqueles dias e, suponho, a muitas pessoas também.

MaisPB  – Quais foram os outros singles até chegarmos ao disco?

Zeca Baleiro –  Já lançamos o samba “Eu Te Admirava Mais”, parceria inédita com Vinícius Cantuária. O quinto single, “Depois da primavera”, parceria com o pernambucano Juliano Holanda, foi lançado no dia 16 passado. Depois virá o álbum, no início de julho. O plano era um EP, mas acabou virando álbum. Serão pelo menos 10, 11 canções e se chamará “Mambo Só”.

 MaisPB  – Tudo isso e muito mais festeja os 26 anos de carreira de Zeca Baleiro?

Zeca Baleiro – Isso. Além do álbum de inéditas, lançaremos um CD de sambas autorais e um álbum em parceria com Chico César. No prelo também estão um talk show/podcast e um livro de pequenas memórias.

MaisPB – O single “Você goza com dinheiro” – o tema, o título, é bem ousado. Conta pra gente dessa canção?

Zeca Baleiro –  “Você goza com dinheiro” é um rap/canção, uma crônica sobre o abismo social do nosso mundo hoje, sobre o contraste da opulência do mercado financeiro com o estado de miséria global. A pobreza extrema (e a riqueza) do mundo tem me chocado demais.


MaisPB 
– “De Longe Toda Serra é Azul”, com participação de Daíra, que foi feita para um documentário. Vamos falar desse single?

Zeca Baleiro –   Essa canção foi feita para o documentário homônimo do cineasta Neto Borges, inspirado livremente na vida e obra do indigenista mineiro Fernando Schiavini, a ser lançado em breve. Gostei tanto da canção que resolvi lançá-la independente do filme. Chamei a cantora niteroiense Daíra, de quem sou fã, pra dividir os vocais comigo.

MaisPB – Sim, e ainda tem o disco prometido há muito tempo com Chico César? Agora sai, né?

Zeca Baleiro –  Sai sim. Chico é como eu, está sempre envolvido em mil projetos. Mas já estipulamos que sairá entre dezembro e janeiro. E devemos fazer alguns poucos shows para lançá-lo. Tá ficando muito especial.

MaisPB  – Outra novidade é um disco de samba? 

Zeca Baleiro –  Sim. Tem produção de Swami Jr. – é um disco autoral de sambas, que vem sendo gravado há 11 anos (com muitas interrupções rs) com a participação de uma nova geração de músicos. Sempre amei o samba, e compus samba, mas nunca o “pratiquei” à vera. Os sambas que gravei nos meus discos de carreira têm um sabor um tanto “paródico”. Este disco não. Ele reverencia o samba dos grandes sambistas, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Zé Keti, Cartola… Ao menos busca se aproximar desse universo de emoções.

MaisPB  – Lembro do show Gal Acústico de 1997, em que você é chamado pela artista e cantam juntos “Vapor Barato”  (de Jards Macalé e Waly Salomão) e sua versão “Flor da Pele”. Perdemos Gal, o que você teria a falar daquele momento e hoje em que não temos mais a cantora baiana? 

Zeca Baleiro – Ah, aquilo foi um dos momentos mais lindos e marcantes da minha carreira. Até hoje sou muito grato pelo convite da Gal, para cantar com ela no Acústico Mtv. Foi algo que, além de tudo, deu um impulso enorme à minha carreira. Foi um momento inesquecível, mágico. Gal é uma artista imensa, sua obra reverberará para sempre.

MaisPB –  Perdemos  este ano Rita Lee e ficou um vácuo na cidade de São Paulo que se espalhou para o mundo. Precisamos nos acostumar com as perdas, né?

Zeca Baleiro –  Infelizmente sim. Há uma geração linda e profícua beirando os 80 e, por mais saudável que alguém seja, o fim sempre vem. É algo com que temos que nos força a se acostumar e que vai mudar a cena cultural do mundo. É o fim de uma era.

MaisPB – Você trouxe para João Pessoa a turnê “José”  e se apresentou no Teatro Pedra do Reino, um show completo com leituras de poemas, história da vida e muita música. Foi bom, né?

Zeca Baleiro –   Foi delicioso. Adorava fazer o show “José” e adoro o calor e o silêncio respeitoso com que o público paraibano recebe os shows. Chico César me falou que isso tem a ver com a cultura de ouvir orquestras, algo comum aí. Se for então obrigado às orquestras paraibanas…

Ouça:

Vento de Outono: https://onerpm.link/ventodeoutono

Você Goza com Dinheiro: https://onerpm.link/vocegozacomdinheiro

De Longe Toda Serra é Azul: https://onerpm.link/delongetodaserraeazul

Eu te Admirava Mais: https://onerpm.link/euteadmiravamais

Depois da Primavera: https://onerpm.link/depoisdaprimavera

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