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O radialista e pré-candidato a deputado estadual, Nilvan Ferreira (PL), negou que a aprovação do projeto de lei da Dosimetria é um avanço para os bolsonaristas. Em entrevista ao Programa Hora H, da TV Norte Paraíba, nesta segunda-feira (15), Nilvan comparou a proposta com “um bombom dado a uma criança para ela se entreter”, ao citar a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), de, ao seu ver, “despistar” os parlamentares que cobravam a votação da anistia.
“[A dosimetria] é uma criança que quer algo e você dá um bombom para ela se entreter. Acho que serviu muito mais para isso. A anistia que a gente queria era de corrigir uma injustiça, era Bolsonaro livre e com chances de concorrer as eleições”, comentou Nilvan.
Para o comunicador, Hugo é pressionado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ao cogitar colocar em votação pautas de interesse de deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não sei se Hugo é ameaçado ou chantageado de alguma forma. Eu acho que é o sistema muito mais pesado e profundo do que a gente imagina. A votação da Dosimetria tinha ministro do Supremo mandando mensagem para parlamentar não votar qualquer tipo de alteração do projeto”, disse.
Nilvan, em 2024, concorreu à Prefeitura de Santa Rita pelo Republicanos, legenda de Hugo, mas argumentou que foi um dos primeiros a criticar o presidente da Câmara por não pautar a anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro.
“Eu que fiz as primeira criticas a Hugo, inclusive ainda no Republicanos. As críticas que se fazia a Hugo sobre anistia são muito importantes. Hugo podia ter tido um papel muito importante na pacificação do país”, complementou.
Farpas internas no PL
Na entrevista, Nilvan foi provocado sobre as críticas que tem recebido de líderes do PL na Paraíba, principalmente os deputados Sargento Neto (PL) e Wallber Virgolino (PL). Ele, porém, respondeu que os colegas “lhe conhecem muito bem” e listou gestos que fez nas eleições de 2022.
“Wallber sabe que eu sou um cara do bem, sabe o quanto eu ajudei ele na campanha de deputado em 2022, quando eu tinha várias pessoas de minha confiança que eu mandei trabalhar para Wallber. ‘Vai lá ajuda Wallber, ele tem que ser reeleito deputado estadual. É muito importante para a gente'”, afirmou Nilvan
“Sargento Neto sabe muito bem da minha índole, inclusive quando chegou para mim em 2022, mesmo sendo do PL, e disse que não podia votar em mim para governador e não teve nenhum tipo de retaliação. Então eu sou solução. Eu acho que a gente erra fazendo autofagia, um querendo massacrar o outro”, acrescentou.
Nilvan explica por que não apoiou Pedro Cunha Lima no segundo turno
No segundo turno das eleições de 2022, Nilvan confessou ter procurado o ex-senador Cássio Cunha Lima para pedir o apoio de Pedro Cunha Lima (PSD) ao, na época, candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). No entanto, Cássio disse que essa decisão derrotaria a campanha de Pedro.
“Quando fui conversar com Cássio foi a primeira coisa que fiz foi essa: ‘Cássio, Pedro vai declarar apoio a Bolsonaro? Bolsonaro agora ficou sem palanque, o mais provável agora é o de Pedro’. Cássio disse ‘não não, se ele declarar apoio a Bolsonaro, ele perde a campanha dele’. Eu tive um entendimento diferente”, explicou o radialista.
Pela omissão de Pedro no voto para presidente e com a negativa de oferecer palanque a Bolsonaro, Nilvan adotou o mesmo posicionamento na disputa pelo Palácio da Redenção.
“Pedro teve todo direito de ficar neutro no voto de presidente. Eu não posso ficar neutro no voto de governador? Que tratamento desigual é essse?”, questionou.
Nilvan era progressista
Questionado pelo apresentador do programa, Heron Cid, sobre ter liderado movimentos estudantis e sido simpatizante com o pensamento progressista, Nilvan disse ter reconhecido que acreditava apenas em “utopias para ludibriar a ele e as pessoas que lhe acompanhavam”.
“Eu tive oportunidade de passar por essa fase e depois ter percebido de que o que eu cheguei um dia a conhecer era apenas utopias para ludibriar a mim e as pessoas que me acompanhavam. A gente tem grande nomes da política brasileira que passaram por isso também. Olavo de Carvalho que eu sempre me inspiro muito nele, foi do partido comunista também”, lembrou o radialista.
No entanto, Nilvan frisou que não podia continuar defendendo uma política que “não funcionou em lugar nenhum”.
“Eu não podia continuar defendendo algo que não funcionou em lugar nenhum. Não funcionou na União Soviética, na Ulbânia, a China teve que mudar todo seu conceito de economia, que era vinculada ao programa socialista, e a agora tem uma economia mais livre”, exemplificou.
MaisPB
em João Pessoa - 15/12/2025





