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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Tempo de matar

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publicado em 22/11/2025 ás 07h00
atualizado em 21/11/2025 ás 20h01

O tempo tem me ajudado a conhecer as  pessoas e as criaturas, que se revelam no tempo delas.

Vamos imaginar uma chapa, um clichê, que tempo é dinheiro e viria a ser preterido a uma sensação de consumo. Ninguém quer perder dinheiro, ninguém quer perder tempo.

O tempo não está na ânsia de distinção. Nós, sim.  Pensamos que adoramos, que confiamos, mas acordamos sem os nomes – vamos imaginar que o tempo traz o perdão, mas não, o tempo apenas muda nossa fisionomia, diante do acontecido e aí não há tempo para tudo.

O tempo separa vidas que andam juntas, quando separa é porque nunca foi, já foi, seja o amor ou a amizade que acreditávamos existir. O tempo nos abandona.

O tempo é tudo, menos omisso. É a carne, a agonia, a raiva, o salário, o trabalho, o talento, a estupidez desse ponto feroz que nos desliga um do outro.

Não adianta a utopia: “vamos dar um tempo?” Não, não existe isso de dar um tempo, o tempo foi dado, mas não soubéssemos aproveitar, não soubemos amar e respeitar

O tempo tem mãos enormes que nos alcança, mas não tira a gente do precipício em toda extensão que nos prende e nos mata vivos.

Uma grande decepção, o tempo não cura

O tempo sufoca as memórias, quando nos adiantamos.

O tempo não tem apetite, nem é vago, não se embriagava, não mente nem fica submerso

O tempo tem sua escrita, onde não cabe nossa interferência. E não adianta pensar – se voltasse no tempo… – não, o tempo não tem volta.

Antes de você pensar em ferir alguém, lembre-se que é seu tempo que você está jogando fora e com isso, você está apenas matando o tempo.

Vivemos a duvidar inteiramente das evidências sem coincidência, que não existe, quem sabe com o tempo faremos a morte desistir de nós

Só o tempo dirá

E se tudo é que resta, não resta tempo.

Kapetadas

1 – O WhatsApp nivelou o mundo: agora todos podem ser igualmente inconvenientes.

2 – Pois é, a vida não tem acostamento

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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