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Francisco Leite Duarte é advogado tributarista, auditor-fiscal da Receita Federal (aposentado), professor de Direito Tributário e Administrativo na Universidade Estadual da Paraíba, doutor em direitos humanos e desenvolvimento. Na Literatura, publicou os romances “A vovó é louca” e “O Pequeno Davi”, uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto”, um livro de memórias (“Os longos olhos da espera”), e dois livros de crônicas.

Conversa fiada

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publicado em 21/11/2025 ás 14h37

Complexidade é isso. Tantas coisas, tantas coisas…Desalinhadas, fios espalhados por todos os lados e direções, sem correspondência biunívoca entre eles, relações confusas, paradoxais, bolsonaristas fazendo cara feia para Trump, banqueiros sendo presos, parlamentares organizando o crime, bufões tomando chá da sexta-feira à beira da piscina, soluços, tornozeleiras. Ufa!

Aí eu me pergunto: Como escolher o tema para o texto da sexta feira? É difícil, afinal o que abunda, afunda, ou não…Uma frase tão feia, tão sem teleologia, como se as coisas tivessem finalidade em si mesmas. Será?

Deus me livre de questionar a ideia do finalismo imanente da natureza. Lembrei-me disso apenas para, do novelo de ideias que me vêm à mente, puxar um fio de conversa, fiada ou não.

Eu juro: acho que as pedras, em seu estado bruto, não têm, em si mesmas e para si mesmas, essa ou aquela finalidade. Dirão: Não é somente uma conversa fiada, é maluca também.

Sei lá, talvez sim, talvez não…

Respondam-me: para elas mesmas, qual a finalidade de uma pedra? Zero finalidade. As pedras dormem, sem eira, nem beira e, caso seu brilhar seja ofuscante, continuam pedra, a brutalidade estonteante do evento que é o de “estar-aí”. A finalidade das coisas habita o reino do criador; não, na coisa-em-si. Duvidam? Vejam o caso da Emenda constitucional da Segurança Pública. É cada marmota por trás dela…

Ansiosos e tendo certeza de que fumei algum pó de chifre queimado do gado golpista, apelarão: uma coisa é pedra bruta, outra bem diferente é uma pedra talhada, florada, florida e lapidada, um diamante, a pedra turmalina…

Quis, em minha busca por um tema interessante, mandar o mentecapto chupar parafuso até virar prego, mas como sou do tempo da pedra polida, daqueles homens que defendem a inclusão social, o Estado democrático de direito, o respeito às regras pré-estabelecidas, engulo a raiva e tento voltar ao fio da meada, mas hoje não é meu dia.

Melhor desistir msmo, afinal, não sou como o BRB com suas aplicações bilionárias no Banco Master, para, disfarçado de puta vítima, ficar bufando por aí.

@professorchicoleite

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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