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Vereadora critica declaração de secretária sobre caso de estupro em escola de JP

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publicado em 15/11/2025 ás 17h34
atualizado em 15/11/2025 ás 17h35
Vereadora Jailma Carvalho critica fala da secretária América de Castro - Fotos: Câmara Municipal de João Pessoa

A vereadora de João Pessoa, Jailma Carvalho (PSB), criticou, neste sábado (15), as declarações da secretária de Educação, América de Castro, no Programa Hora H, da Rede Mais e Rádio POP FM, sobre o caso da criança autista que denunciou ter sido estuprada dentro de uma escola municipal da Capital.

“Me causa profunda indignação ouvir da secretária de Educação de João Pessoa que acompanha a denúncia de violência sexual sofrida por um estudante autista dentro de uma escola municipal ‘com tranquilidade'”, disse a parlamentar.

Jailma cobrou à Secretaria uma “resposta à altura da gravidade do caso”. “Todos os pais que têm filhos matriculados na rede municipal de ensino exigem – e merecem – resposta à altura da gravidade do caso, incluindo a família da vítima”, escreveu nas redes sociais.

“A secretária ainda insinuou que os pais erraram ao não levar a criança de volta para a escola no dia seguinte. Será que ela realmente acredita que aquele menino — que afirma ter sido violentado dentro da escola — deveria voltar ao mesmo lugar que o machucou? Já está provado que houve negligência: a família levou o caso a escola e ao conselho tutelar e nada foi feito.”, complementou Jailma.

Entenda as críticas

Nessa sexta-feira (14), em entrevista ao Programa Hora H, da Rede Mais e Rádio POP FM, a secretária de Educação, América de Castro, tratou a denúncia da criança autista que denunciou ter sido estuprada em uma escola do município como “uma suspeita” e cogitou a possibilidade do crime ter acontecido fora da escola.

“A gente acompanha com muita tranquilidade, porque não vamos falar em estupro, é suspeita. É suspeita porque pode não ter acontecido dentro da escola. A criança, inclusive, ela não foi à escola hoje, nem ontem. A gente tem um chamamento aos pais da criança para conversar com a nossa psicóloga da escola e a mãe não apareceu na escola”, afirmou América.

América explicou que em nenhum momento a mãe do menor procurou a instituição para denunciar o fato.

“Em nenhum momento a mãe foi fazer essa denúncia na escola. Eu tive conhecimento inclusive pelas mídias. A Secretaria teve conhecimento pelas mídias. (…) O Conselho Tutelar não procurou a escola. Inclusive fui eu que comuniquei, quando vi na imprensa, a diretora da escola”, acrescentou a secretária.

O caso

Um estudante de 12 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) denunciou à Polícia Civil ter sido estuprado por alunos dentro de uma escola municipal de João Pessoa.

O delegado responsável pelo caso, Diego Garcia, informou ao Portal MaisPB, que a mãe do adolescente revelou que os abusos teriam acontecido no banheiro da escola e foi realizado por adolescentes mais velhos.

“A mãe desse adolescente relatou que seu filho teria sido abusado sexualmente por outros alunos dessa escola. Essas eventualidades aconteciam no banheiro dessa unidade escolar (…) Informações da própria mãe e da criança dizem que se tratam de adolescentes mais velhos”, declarou o delegado.

O caso aconteceu essa semana e foi noticiado à Delegacia pelos pais da vítima, conforme apurou o Portal MaisPB. O nome da instituição de ensino será preservado pela reportagem para garantir a integridade da vítima.

Após a denúncia, o estudante foi encaminhado para uma escuta especializada, para fornecer mais detalhes sobre o caso. Um exame para constatar o abuso foi realizado e constatou o crime.

MaisPB