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entrevista ao programa hora h

Secretária de Educação sugere que estupro de criança autista ‘pode ter sido fora da escola’

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publicado em 14/11/2025 ás 19h07
atualizado em 14/11/2025 ás 19h30
Secretária de Educação de João Pessoa, América de Castro

A Secretaria de Educação de João Pessoa negou, nesta sexta-feira (14), ter sido procurada pela família da criança autista que denunciou ter sido estuprada em uma escola municipal da Capital. Em entrevista ao Programa Hora H, da Rede Mais e Rádio POP FM, a secretária da pasta, América de Castro, tratou o caso como “uma suspeita” e cogitou a possibilidade do crime ter acontecido fora da escola.

“A gente acompanha com muita tranquilidade, porque não vamos falar em estupro, é suspeita. É suspeita porque pode não ter acontecido dentro da escola. A criança, inclusive, ela não foi à escola hoje, nem ontem. A gente tem um chamamento aos pais da criança para conversar com a nossa psicóloga da escola e a mãe não apareceu na escola”, afirmou América.

América explicou que em nenhum momento a mãe do menor procurou a instituição para denunciar o fato.

“Em nenhum momento a mãe foi fazer essa denúncia na escola. Eu tive conhecimento inclusive pelas mídias. A Secretaria teve conhecimento pelas mídias. (…) O Conselho Tutelar não procurou a escola. Inclusive fui eu que comuniquei, quando vi na imprensa, a diretora da escola”, acrescentou a secretária.

Porém, a auxiliar da Prefeitura relatou que os funcionários da escola não tiveram conhecimento do acontecido. “A gente tem todo um acompanhamento especializado com um professor que trabalha na sala, com os cuidadores e ninguém na escola teve esse conhecimento. E os nossos alunos, eles são acompanhados por cuidadores”, frisou.

Secretaria trabalha para elucidar investigação

América garantiu que a Secretaria de Educação vai colaborar com a Polícia e fornecer o circuito de câmeras de segurança da instituição para auxiliar nas investigações.

“Vou mandar puxar as câmaras da escola para a gente ver quem é que tá com a verdade. Tem essa suspeita que foi na escola, pode não ter sido na escola e a gente vai apurar e está aberto sempre para poder esclarecer esse fato com muita tranquilidade, a gente tá acompanhando tudo e a gente quer que a verdade venha ser esclarecida”.

Como a Secretaria trabalha para evitar esses tipos de caso

A secretária esclareceu que a gestão municipal dispõe de uma estrutura técnica para auxiliar alunos autistas no ambiente escolar, contando, inclusive, com profissionais qualificados e especilistas no Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A família, no entanto, nega ter sido assistida pelo poder público

A defesa da família da criança autista que denunciou ter sido estuprada em uma escola municipal de João Pessoa apontou negligência da direção da instituição e do Conselho Tutelar. O advogado que representa judicialmente o menor, Ricardson Dias, disse, nesta sexta-feira (14)que os familiares dele têm tentado uma reunião com a Secretaria de Educação de João Pessoa, mas ainda não obteve retorno oficial.

“Ela procurou a escola, ela não levou muito a sério. Procurou o Conselho Tutelar por diversas vezes e o Conselho Tutelar supostamente colocou dificuldades. E aí ela começou a procurar outras instituições e chegou esse caso para a gente. E aí a gente começou a dar as orientações [jurídicas]”, explicou Ricardson.

“A gente tem tentado desde hoje pela manhã marcar uma reunião com a secretária [de Educação] América, já que se trata de uma situação que supostamente ocorreu dentro de uma escola municipal. Mas a gente ainda não recebeu  retorno de uma data e uma conversa. A gente soube pelos portais de notícias que a secretária já está sabendo do caso e vai tomar providências. Mas não chegou nada oficial nem para a gente, nem para família”, complementou.

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