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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Anchieta no bloco do eu sozinho

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publicado em 11/11/2025 ás 07h00
atualizado em 10/11/2025 ás 20h49

Inúmeras vezes encontramos com Anchieta Maia na calçada da praia do Cabo Branco, no entardecer – eu e o jornalista Petrônio Souto. Ele numa paz invejável.

Assim, o exemplo de quem sequer exige ser recordado não como imagem mas pela estatura dos seus feitos, do imenso Anchieta Maia que nem sei por onde começar a elogiar. Ele foi tão bom pra muita gente.

Morrer é também uma necessidade.

Ultimamente sua imagem cobria o próprio silêncio com o astral de sempre e o não se importar com o mundo dos outros, neste tempo em que perdemos muitas pessoas, uma atrás da outra, Anchieta Maia foi mais um e uns.

Era o mesmo, sempre, até poucos dias antes de morrer. Por que digo o mesmo? Ora, porque ele tinha uma amabilidade e humor  e um tipo de sonho com muitos propósitos.

Os cartazes do Moçada Que Agita não anunciam mais as novidades nas paredes da cidade, aliás, há muito que os sonhos dele ainda estampavam no rosto. Sim, é essencial fazer esse registro.

Maia teve seu reinado por assinalar a importância de jovens que hoje são outros e quando eram jovens, apareciam como personagens belos com seus amores nas páginas do Moçada do Maia. Eu nunca o chamei de Anchieta, só de Maia.

O Maia sublime não existe mais, o que se deu a vida toda para promover os outros. Muitos não aprendem nada, outros por mais que se façam, poucos reconhecem.

Acompanhando à distância a movimentações de seu trabalho, lembro que ele foi capa do Magazine do Correio da Paraíba – eu fiz a matéria – e desde então, passou a gostar mais um pouco de mim.

Maia não era fácil, mas atendiam muitos pedidos.

Sobretudo, sobre ele, para melhor dizer, era um homem, um menino, que nem se deu conta que morreu.

Anchieta Maia sumiu na iminência de outras galáxias, espetáculo de seu combate, virou-se pelos seus meios, uma vez que, sem ter grandes estudos, ele era o cara do Moçada Que Agita, que não agita mais.

Muitos  homens elevados a zero é igual a um, Anchieta era uns. Viveu e morreu como um homem comum.

Kapetadas

1 – Os ateus rezam para que os crentes estejam errados.

2 – A grande contribuição da inteligência artificial foi matar o travessão.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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