João Pessoa, 27 de outubro de 2025 | --ºC / --ºC
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Dizem que tudo precisa fazer sentido. Nunca, o vai e vem.
Mas há dias em que a vida nos acorda e decide não ser repetida, sequer lógica.
Ela simplesmente é.
Sem manual, sem mapa, sem garantia.
Há uma liberdade quase divina em não se encaixar.
Em rir quando o mundo espera silêncio. Pode até gargalhar.
Em se apaixonar quando a razão grita que é loucura. Ai é que é bom.
Em chorar no meio da festa e depois dançar como se o corpo fosse reza, até zerar a reza.
A lógica da criação não está nas respostas. Mas na comunhão do olhar.
Está na coragem de continuar perguntando. E daí?
Porque quem vive com medo de errar, não cria, repete e cai na mesmice.
E há quem tenha nascido justamente pra criar: gestos, ideias, versos, recomeços. Outros perderam a viagem.
Nem sempre se entende as próprias tempestades. Claro, são hecatombes.
Mas aprende-se que até o caos tem sua ordem, e que a desordem também é um tipo de vida
Que o erro é só o rascunho de um acerto mais sincero e humano
E que a vida, é isso: um quadro pintado com as mãos sujas e o coração limpo.
Quando a chamam de intensa, ela sorri.
Não é intensidade, é verdade.
Não cabe no morno, nem na linha reta. Cabe no horizonte.
Prefere o risco do abismo à segurança do vazio.
E assim segue, tropeçando em sonhos, livros, alegrias e tristesas,
misturando razão e delírio, carne e espírito, sagrado e profano.
Sem medo de ser incompreendida, porque quem sente fundo, raramente é entendido. E pouco importa
Olha pra si mesma e ri:
é que a lógica da criação não cabe na cabeça, mora no peito, vizinho eterno do coração.
E o peito, Ah, esse nunca soube de medidas.
Entre o caos e o milagre de existir, estamos todos no mesmo barco.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
MOBILIDADE - 24/10/2025





