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Antônia Claudino
Tem um painel do artista naif paraibano Clovis Junior, na sala vip do aeroporto JFK Nova Iorque e, claro, tem obras dele espalhadas em vários lugares do planeta.
Clóvis Júnior é um nome que ultrapassa fronteiras. Um artista completo, celebrado dentro e fora do Brasil, mestre em transformar sentimentos em imagens, fé em traços, alma em cores.
Conhecido por suas obras de cores vibrantes, ele surpreende — mais uma vez — com a delicadeza do grafite. É desenhista detalhista.
Vem de longe a arte desse filho de Guarabira, e ainda mais longeva a sua expressão artística, muitas vezes chamada de arte primitiva moderna, que Clovis consegue permear imagens do cotidiano, retratados de modo a buscar signos e pessoas, cajus, santos, o de sua predileção, São Francisco, dada a espontaneidade e pureza.
Em seu ateliê na praia do Bessa, suas produções se agitam, são painéis realizados em formação sistemática. Há quarenta anos, Clóvis produz a técnica naif que lhe permite total liberdade de expressão, onde o ser humano e a natureza são característica marcantes.
Dessa maneira, a obra de Clóvis Junior foge das regras instituídas para a pintura retratada, planejada. Ele é o totem de si mesmo e embora nunca tenha feito o autorretrato, sua imagem é uma marca que surge constantemente em seus quadros e só ele tem esse acesso, sem o auxílio de normas.
Atualmente, Clovis passa outra parte da sua vida na Serra da Jurema, em Guarabira, um lugar sagrado, a sua serra da boa esperança, esperança que não se encerra. Além do despojamento da forma como ele pinta faz o artista faz com que nos tornemos mais próximos da linguagem naïf.
Essa liberdade artística é notada de longe. Obrigado Clóvis Junior, por saber representar a Paraíba no mundo com sua arte.
Clóvis não pinta apenas o que vê. Ele revela o invisível. E isso é dom. É arte com alma.
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SUCESSÃO - 04/08/2025