João Pessoa, 07 de outubro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O Ministério Público da Paraíba apresentou uma denúncia contra o juiz Glauco Coutinho Marques, o advogado Adão Soares de Sousa e o médico Diego Otávio Melo Coutinho, filho do magistrado, por irregularidades em decisões judiciais da comarca de Gurinhém. Conforme consta no documento, Glauco negociava sentenças com os defensores dos réus.
“A conjugação entre os diálogos, as movimentações processuais e as transações financeiras formam um conjunto probatório coeso e irrefutável da prática de corrupção. A atuação do magistrado Glauco Coutinho, ao interferir diretamente para acelerar pagamentos de interesse do advogado Adão Soares de Sousa, de quem recebeu valores indevidos em troca, configura flagrante violação dos deveres funcionais e grave atentado contra a administração pública”, diz a denúncia.
O MPPB aponta que Diego teria atuado como “laranja” para movimentar dinheiro em benefício do pai e ocultar a origem ilícita dos recursos. Na denúncia, o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) pede a fixação de R$ 1 milhão a título de reparação por danos morais coletivos.
Glauco Coutinho Marques está afastado do cargo por determinação do Tribunal de Justiça da Paraíba. Ele é denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Já Adão Soares foi enquadrado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, já Diego Coutinho foi acusado de lavagem de dinheiro.
A denúncia teve o sigilo levantado, mas ainda será apreciada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, que decidirá pela abertura ou não da Ação Penal.
A Operação Retomada, deflagrada desde o fim do ano passado e que apura irregularidades em decisões judiciais da comarca de Gurinhém. Essa foi a primeira denúncia apresentada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado, junto ao Ministério Público da Paraíba.
Irregularidades citadas na denúncia do Ministério Público da Paraíba
Transferências de R$ 67,4 mil do advogado Adão para o juiz e seu núcleo familiar.
Depósito de R$ 50 mil para a compra de um lote em condomínio de luxo em João Pessoa, posteriormente transferido ao próprio juiz.
Conversas em celular de Glauco ordenando prioridade absoluta em processos de interesse de Adão.
Expedição de alvarás de R$ 77,9 mil para o advogado, seguida de depósitos suspeitos nas contas do magistrado.
MaisPB
DIZ MP - 06/10/2025