João Pessoa, 20 de setembro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O hábito cada vez mais comum de ouvir áudios e assistir vídeos em velocidades de 1,5x ou 2x, pode trazer impactos negativos à saúde mental. Segundo uma pesquisa do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), 31,6% dos brasileiros entre 18 e 24 anos já receberam diagnóstico de ansiedade. A pressa em consumir conteúdos digitais pode contribuir para o aumento desse quadro.
De acordo com a psicóloga da Hapvida, Rosimery Santos, ouvir mensagens ou assistir vídeos acelerados pode provocar sintomas como síndrome do pensamento acelerado, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), dificuldade de espera, problemas de comunicação e déficit de clareza na expressão verbal. Ela explica que as pessoas passam a perder o propósito real dos conteúdos consumidos e, consequentemente, desenvolvem pensamentos e ações mais ansiosos.
Rosimery aponta que ao longo do tempo a pessoa não consegue mais acompanhar conteúdos em velocidade normal, afetando não apenas a saúde mental, como também a capacidade de concentração. “As consequências vão desde dificuldades de atenção, até a perda do repertório aprendido ao longo da vida, além de crises de ansiedade, desregulação emocional e defasagem na aprendizagem. Outro ponto é que, com o tempo, esse comportamento também pode comprometer a comunicação interpessoal, tornando as pessoas mais impacientes”, alerta.
O cérebro também sofre alterações com a repetição desse costume. Segundo a psicóloga, acostumar-se a consumir tudo acelerado faz com que o ritmo normal pareça “lento demais”, o que gera impaciência em outras áreas da vida. “A aceleração não fica restrita apenas ao conteúdo digital. Ela se generaliza para outros contextos, tornando pouco prazeroso diminuir o ritmo”, completa.
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