João Pessoa, 05 de agosto de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

A cidade de nossas vidas

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publicado em 05/08/2025 ás 07h00
atualizado em 05/08/2025 ás 09h08

Gosto de João Pessoa tanto quanto do Pessoa, o poeta português – ´quem quer dizer o que sente, não sabe o que há de dizer, fala: parece que mente…cala: parece esquecer…

A namorada que nasceu nesta cidade que me recebeu há 50 anos, mas a cidade não é mais a mesma, uma vez diante da janela vejo ela em ruinas  e sinto saudades do paraíso, das ruas dotadas de olhares da infância.

Maravilhoso morar em João Pessoa e de  pronto, o encanador morava na minha rua, o marceneiro no Castelo Branco, pedreiro  José é só chamar, a oficina São Pedro lá no Varadouro, o sapateiro no centro da cidade.

A cidade do traçado urbano que permitia a permanência de quarteirões inacreditáveis belos.

João Pessoa me dá saudades do Brasil.

Vejo tudo outra vez sem nitidez, que me cega para o que não mais há.

A cena posta com mais lugares na mesa, a cidade com desenhos nas árvores e com mais copos para brindar. Sei lá o quê.

Tia Mercês, Rosa e os primos Paulo,Rofran e Fábio, o pão doce, a Rua Santo Elias, a loja com os bichos empalhados, a casa das frutas e os cartazes de shows de Gilberto Gil nas paredes do Ponte de Cem Réis.

Andar por andar andei e os caminhos me levavam para o Edifício Santa Rita, Mãe Velha, Tima e a caçula Sadoia.

Tanta coisa do tempo em que festejávamos o dia dos seus anos, cidade amada – são muitas emoções, mas o cara não sou eu.

Ah! Vai ter o show do Roberto para quem nunca o viu de perto. Aproveitem.

Kapetadas

1 – A nudez, muitas vezes, é mais honesta que o paletó e a gravata.

2 – Nessa guerra de palavras, os maiores prejudicados são os números.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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