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Bacharel, Especialista e Mestre em Administração (UFPB/UNP). Mestre Internacional em Comportamento Organizacional e Recursos Humanos (ISMT – Coimbra/Portugal). Especialista em Neurociências e Comportamento (PUC-RS) e em Inovação no Ensino Superior (UNIESP). Membro Imortal da Academia Paraibana de Ciência da Administração (Cadeira 28). Professor universitário (UNIESP), consultor empresarial, palestrante e escritor best-seller da Amazon. E-mail: [email protected]

Felicidade dá lucro

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publicado em 31/05/2025 ás 11h57

Em tempos em que as empresas disputam não apenas clientes, mas também talentos, entender o que faz um profissional florescer tornou-se uma prioridade estratégica. O modelo PERMA, criado pelo psicólogo norte-americano Martin Seligman, tem ganhado espaço nas rodas de gestores mais atentos às transformações silenciosas que moldam o futuro do trabalho. Não se trata apenas de “gente feliz no cafezinho” mas de promover, de forma intencional e estruturada, o bem-estar emocional, social e produtivo de quem faz a organização acontecer.

PERMA é um acrônimo que representa cinco dimensões essenciais para uma vida plena: emoções positivas, engajamento, relacionamentos positivos, significado e realizações. Juntas, essas dimensões formam a espinha dorsal do que Seligman chamou de florescimento humano. Emoções positivas não são sinônimo de otimismo vazio, mas a capacidade de cultivar gratidão, alegria, serenidade e outras experiências afetivas que fortalecem o enfrentamento dos desafios. Engajamento é o estado de presença profunda em uma tarefa, aquele momento em que o tempo parece desaparecer e a mente está completamente imersa no que faz. Relações positivas são laços de confiança, pertencimento e apoio mútuo, essenciais para que o trabalho não se torne um fardo solitário. Significado é a conexão entre o que se faz e um propósito maior. E realizações dizem respeito ao sentimento de competência e progresso, ao prazer de alcançar metas e ver resultados.

Quando aplicado no contexto organizacional, esse modelo pode fazer a diferença entre um ambiente tóxico e um lugar onde as pessoas realmente queiram estar. Empresas paraibanas que adotam práticas alinhadas ao PERMA têm relatado aumento da produtividade, melhora no clima interno e queda nos índices de afastamento por problemas emocionais. Em Campina Grande, uma clínica de saúde mental passou a utilizar o modelo em seu programa de desenvolvimento de lideranças, com resultados perceptíveis no engajamento das equipes. Em João Pessoa, uma escola técnica integrou os pilares do PERMA à formação dos professores e observou uma mudança no nível de satisfação de toda a comunidade escolar.

Falar de bem-estar no trabalho ainda é, por alguns, interpretado como algo dispensável ou secundário. Mas as pesquisas mostram o contrário. Organizações que investem na saúde emocional de suas equipes colhem mais inovação, menos rotatividade e maior comprometimento. E, talvez mais importante, contribuem para uma sociedade mais saudável e equilibrada. Afinal, passamos boa parte da vida no trabalho. Não é razoável que esse tempo seja vivido em sofrimento ou indiferença.

Adotar o PERMA como bússola é reconhecer que a gestão do desempenho passa, necessariamente, pela gestão da felicidade. E que empresas não são feitas de processos, mas de pessoas. Pessoas que sentem, sonham, sofrem e que, quando bem cuidadas, realizam coisas extraordinárias. O desafio está posto: transformar ambientes de trabalho em territórios de crescimento humano. A Paraíba tem tudo para liderar esse movimento.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB