João Pessoa, 20 de maio de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
No dia-a-dia, é comum cruzarmos com pessoas que se acham no topo da hierarquia social, envoltas em uma bolha de importância exagerada ou importância nenhuma. Elas se cercam de elogios e bajulações como um escudo, acreditando que isso as torna especiais. Não é bem assim. Num é eu que descobri um hobby curioso: tratar essas pessoas como gente normal. Em uma sociedade onde a adulação é quase uma norma, percebo que a sinceridade é uma resposta.
A bajulação é uma coisa péssima no ser humano, é como um perfume enjoativo; no início, pode parecer doce, mas logo se torna insuportável. As pessoas que se alimentam desse tipo de atenção andam por aí com um brilho nos olhos, como se esperassem aplausos em cada esquina. Eu prefiro olhar nos olhos delas e ver além da superfície, da queda, do sim e do não. Aliás, tem gente que não gosta do “não”.
Quando decido tratar alguém com sinceridade, sem a onda da adulação, é como se eu estivesse removendo uma camada pesada que elas não sabiam que usavam, mas elas sabem dessa pecha que carregam. A conversa flui mais leve e, nesse espaço de honestidade, surge uma conexão verdadeira nas inseguranças ocultas. É nesse momento que as pessoas se revelam.
Lidar com quem está habituado à bajulação é uma perda tempo. No começo, elas podem estranhar a abordagem direta. Algumas até reagem com desdém, como se a autenticidade fosse um ataque à sua importância inflada, mas aos poucos, percebem que não há segundas intenções; apenas um convite para serem quem realmente são.
É fascinante observar a transformação que ocorre. Aqueles que antes só sabiam receber elogios começam a soltar risadas e a compartilhar histórias que carregam em suas segundas intenções. A cada interação, sinto que estou contribuindo para um mundo melhor, doa em quem doer.
Um mundo onde as relações são construídas sobre a honestidade e não sobre superficialidades.
Quando tratamos as pessoas como gente normal, damos a elas o presente da autenticidade. E isso é libertador.
Estou adorando meu hobby com alegria e leveza. Porque no fim das contas, somos todos iguais nessa turbulência chamada vida: buscando conexão, compreensão e o amor verdadeiro. Sim, o amor tem ser munido de verdades. E quem sabe, ao tratar cada um com a singularidade que merece, elas consigam se enxergar melhor. Afinal, a vida é muito curta para viver atrás de aparências. Cada um, cada um.
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 20/05/2025