João Pessoa, 09 de maio de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Bacharel, Especialista e Mestre em Administração (UFPB/UNP). Mestre Internacional em Comportamento Organizacional e Recursos Humanos (ISMT – Coimbra/Portugal). Especialista em Neurociências e Comportamento (PUC-RS) e em Inovação no Ensino Superior (UNIESP). Membro Imortal da Academia Paraibana de Ciência da Administração (Cadeira 28). Professor universitário (UNIESP), consultor empresarial, palestrante e escritor best-seller da Amazon. E-mail: [email protected]

Por que os micros influenciadores estão vencendo os famosos no marketing digital

Comentários: 0
publicado em 09/05/2025 ás 07h32

 “Contratei uma influencer com 200 mil seguidores. Ela postou meu produto, mas não vendi nada.” O desabafo veio de um empresário do ramo de cosméticos, durante uma roda de conversa entre empreendedores em João Pessoa. O que parecia um investimento certeiro virou frustração: muitas curtidas, nenhum cliente novo. Enquanto isso, uma cliente fiel, com pouco mais de três mil seguidores, fez uma recomendação espontânea e gerou um efeito cascata de vendas.

Essa história, cada vez mais comum, mostra que o marketing de influência está passando por uma mudança profunda. A lógica do alcance pelo alcance está perdendo força. Hoje, o que move resultados é a conexão genuína. Por isso, os micros influenciadores, pessoas com audiências menores, mas altamente engajadas, estão se destacando, principalmente entre os pequenos negócios.

Segundo estudos recentes da Nielsen e da Meta, perfis com até dez mil seguidores apresentam taxas de engajamento até 60 por cento maiores do que influenciadores com grandes audiências. A explicação está na percepção de autenticidade. Os micros influenciadores são vistos como gente comum, com quem se pode conversar, confiar, se identificar. Diferente dos grandes nomes, muitas vezes percebidos como vitrines pagas.

Isso faz toda diferença para marcas que querem construir reputação de verdade. Na Paraíba, o fenômeno já é visível. Uma loja de roupas em Cajazeiras, por exemplo, apostou em parcerias com três estudantes locais, que compartilham seus looks no Instagram de forma natural. O impacto foi direto: aumento de visitas, vendas via mensagem direta e um novo público mais alinhado com o estilo da marca.

O marketing de influência, portanto, não é mais uma questão de fama, mas de relevância. O retorno sobre o investimento não está no número de seguidores na bio, mas na coerência entre o influenciador e a proposta da empresa. É melhor ser lembrado por alguém que realmente usa e gosta do produto do que aparecer num post genérico entre dezenas de outras marcas.

A economia da atenção exige verdade. E nessa nova lógica, autenticidade se tornou a moeda mais valiosa. O consumidor percebe quando um conteúdo é forçado, quando o discurso é fabricado, quando o interesse é apenas comercial. Mas também reconhece quando há entusiasmo sincero, uso real, indicação genuína. Isso gera confiança e a confiança vende.

Philip Kotler já dizia que marketing não é apenas vender um produto, mas criar valor percebido. E valor percebido hoje vem da credibilidade, da identificação, do sentimento de que aquilo serve para mim, para agora. Não basta aparecer na tela. É preciso fazer sentido na vida das pessoas.

Nesse cenário, o pequeno empreendedor tem uma vantagem: pode se conectar com influenciadores locais, reais, acessíveis, que compartilham dos mesmos valores e contextos do público-alvo. Não é sobre pagar mais. É sobre escolher melhor. E, muitas vezes, a melhor escolha está bem mais perto do que se imagina.

E você, está investindo em seguidores ou em relacionamentos reais? Porque no fim das contas, quem influência de verdade é quem é ouvido e não apenas seguido.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

MaisTV

Arcebispo da Paraíba vê em Leão XIV continuidade do legado de papa Francisco

BOLETIM DA REDAÇÃO - 09/05/2025

Opinião

Paraíba

Brasil

Fama

mais lidas