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Mariana Aydar e Mestrinho lançam álbum dedicado ao forró

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publicado em 25/05/2024 às 12h00
atualizado em 25/05/2024 às 19h14

Kubitschek Pinheiro – MaisPB

Fotos – Autumn Sonnichesen

Um disco amoroso. O novo trabalho de Mariana Aydar e Mestrinho tem participações especiais de Gilberto Gil, Juliana Linhares e Isabela Moraes.  “Mariana e Mestrinho“ é álbum focado na obra de Dominguinhos – muitas do lado B, mas há canções inéditas, um delas ”Boy Lixo” (de Mariana Aydar, Fernando Procópio e Tinho Brito) Vá nas plataformas e aumenta o som.

A união de Mariana e Mestrinho soma dez anos e começou sob a luz de Dominguinhos – esse álbum é o começo,  virão muitos. A produção é de Tó Brandileone (5 a Seco).

O repertório traz a história do forró pé de serra e cria novos clássicos, ou seja, trazer canções inéditas que pudessem animar pistas de dança e ouvidos atentos, mais do que isso, Mariana quis e conseguiu colaborar com a amplificação de um discurso feminino no forró, um ambiente predominantemente machista.  Ela denota o boy lixo.

 “Mariana e Mestrinho”, traz sim a mulher para o centro da palco, o discurso que impera, como personagem principal, e não mais como coadjuvante da tropa masculina. Juntando-se a “Boy lixo” o disco ganhou “Alavantu Anahiê” ( de Isabela Moraes/ PC Silva). Essa última, traz as vozes de Isabela Moraes e de Juliana Linhares, que se juntam a Mariana em participações especiais.

Zeca Baleiro entra com lírica “Dádiva”, especialmente para este álbum. E o próprio Mestrinho escreveu “Eu Vou”. Quem divide os vocais com Mariana e Mestrinho em “Até o Fim” (Mestrinho) é Gilberto Gil, outro nome que quebra de fronteiras entre o forró e toda a música brasileira.

 Do repertório clássico do forró, Mariana e Mestrinho reagravam “O Filho do Dono”, sucesso do pernambucano de Caruaru Petrúcio Amorim, de viés político, social e ambiental. Uma pérola mais conhecida na cena forrozeira do que em outros ambientes. E a romântica “Ninguém Segura o Nosso Amor” (João Silva/ Iranilson), gravada por Mestre Zinho nos anos 1990.

Uma sacada –  João Silva já foi padrasto de Mestrinho e também é autor de “Preciso do seu Sorriso” (João Silva/ Enok Virgulino), entra no álbum como uma das homenagens a Dominguinhos. As outras regravações do repertório do mestre que uniu musicalmente Mariana Aydar e Mestrinho são “Te Faço um Cafuné” (Zezum), gravada por Dominguinhos no álbum “Isso Aqui Tá Bom Demais” (1985), e “Cheguei pra Ficar” (Dominguinhos/ Anastácia), pequena obra-prima lançada pelo autor no cultuado LP “Domingo Menino Dominguinhos” (1976).

Mariana e Mestrinho conversaram com o MaisPB –  leiam a entrevista que já é São João e “simbora” dançar.

A banda

Mestrinho toca acordeon em todas as faixas de “Mariana e Mestrinho”. Completam o time de músicos do álbum os craques Feeh Silva (zabumba e triângulo), Salomão Soares (piano), Fejuca (violão e cavaco), Federico Puppi (violoncelo), Will Bone (sopros), Rafa Moraes (guitarra) e Léo Rodrigues (percussão). Multi-instrumentista, o produtor musical Tó Brandileone tocou violões, guitarras, baixos, sintetizadores e percussões por todo o álbum.
Mariana e Mestrinho conversaram com o MaisPB – leiam a entrevista que já é São João e “simbora” dançar, que o disco deles é bom demais.

MaisPB – Esse disco   “Mariana e Mestrinho”, é uma  homenagem a Dominguinhos, né?

Mariana Aydar – A nossa intenção original sim, tanto Mestrinho como eu somos discípulos dessa história que Dominguinhos fez e a gente leva, em nossa alma, nossa música. Eu e Mestrinho nos conhecemos por causa de Dominguinhos. Nos conhecemos na época em que  eu estava fazendo um documentário sobre a vida do mestre. Esse é o nosso elo.

MaisPB  – Esses encontros do documentário foi quando Dominguinhos estava no hospital?

Mariana Aydar – Foi sim, Mestrinho ia todos os dias ao hospital com a sanfona dele e eu ia lá para visitar. Mestrinho ficava tocando para ele, uma coisa linda. Tem até uma música, né Mestrinho?

Mestrinho – Tem sim. É O aperto de mão.

MaisPB – Mestrinho, é muito boa essa canção da Mariana “Boy lixo”, vamos falar sobre?

Mestrinho – É verdade, gostei muito, ela manda o boy pro inferno com o sorriso no rosto.

MaisPB – Abrem o disco com “Cheguei pra ficar” e Te faço Um Cafuné de (Zezum), gravada por Dominguinhos no álbum “Isso Aqui Tá Bom Demais” (1985) e vocês trazem nesse novo disco. Falaí Mariana?

Mariana Aydar – A gente tentou trazer, da luz as músicas que não necessariamente são clássicos do forró, e o forró é muito vasto, e mesmo assim a gente que pesquisa se depara com muitas músicas, canções  que não tínhamos  conhecimento, por isso cantamos nesse disco , o lado B, como  Filho do Dono, Ninguém Segura o Nosso Amor” (João Silva/ Iranilson), gravada por Mestre Zinho nos anos 1990.

MaisPB – Me Faça um Cafuné, é demais né?

Mariana Aydar – Me Faça um Cafuné da década de 90, já era mais conhecida, muito importante para nós, conheci através do mestrinho.

MaisPB – Vocês dois são bem modernos, tocam e cantam o forró de uma maneira que chega a todas os ouvidos – na verdade é um presente para os fãs nesse mês que antecede as festas juninas, né?

Mestrinho – É presente para as pessoas que vão ouvir e pra gente também.

Mariana Aydar – A gente toca junto há muito tempo, não tinha gravado junto ainda, eu e Mestrinho só nos palcos, mas agora registramos. Achei  legal você ter falado em modernidade, porque é uma das nossas preocupações, trazer essa canção para o dentro do forró, uma mulher cantando forró, como vou falou na minha canção “Boy lixo” . Precisamos atualizar o discurso do forró, levando a perceptiva da mulher para dentro do contexto, unir a modernidade com a tradição, trazer da mulher para o forró que possui muitas músicas machistas, e trazer a mulher com visão da mulher como protagonista da sua história e trazer essa modernidade sempre com a tradição, que aprendermos com Luiz Gonzaga com Dominguinhos, da nossa maneira. Um disco que tivesse a nossa cara juntos,

MaisPB – A produção é do Tó Brandileone?

 Mariana Aydar – Ele é muito bom, muito profissional, gostamos muito dele.

MaisPB– Mas conta ai pra gente, quem é o Boy Lixo”?

 Mariana Aydar – Eu fiz cantando para uma amiga minha, ela estava ficando com um box lixo, muito escroto e veio esse refrão – “corre que esse boy é lixo” É um lugar onde todas mulheres vão se identificar, porque infeliz mentre algumas já ficaram com um boy lixo. Eu fiz o refrão e mandei para dois caras do Rio, que são maravilhosos Fernando Procópio e Tinho Brito, eu já tinha gravadodeles, Na Boca do Povo, que é boa demais, bem, nordestina Beia Nordestina. Eu fui sugerindo varios tipos de boy, do esquerdo macho, do boy da acadêmica e daria um disco inteiro só falando nisso.

MaisPB – Essa canção vai ser a música de trabalho desse disco…

 Mariana Aydar – Tomara, a gente espera.

MaisPB – Mestrinho como é tocar com uma garota como Marinaua Aydar, um artista profissional, bem evoluída e bonita?

Mestrinho – É maravilhoso, a Mariana é uma pessoa muito inteligente, generosa, sempre a favor do certo, atenta para aprendizagem a parte m, musical a gente se diverte muito, e o carinho. A gente canta música com amor, a Mariana é uma dessas pessoas e eu fico feliz ao lado dela.

Mariana Aydar – Eu também fico feliz. Fazer um disco com uma pessoa que a gente não tem afinidade, quem admira, fazer um disco é uma coisa muito séria, essa é a primeira que faço um disco com outra pessoa, que a gente toda de estar naturatividade da vida

Mestrinho – A disco veio de maneira natural uma naturalidade da vida, de estar junto, ter essa afinidade que nasceu a ideia do disco.

MaisPB – Zeca Baleiro entra com a lírica “Dádiva”, escrita especialmente para este álbum, isso é muito bom, né?

Mariana Aydar – Linda, essa música fala desse vilarejo é muita bonita, e da dadiva de você merecer o amor. O Zeca é um artista que a gente ama muito

MaisPB – Você é amiga do Chico César, né?

Mariana Aydar – Eu já estive aí quando ele era secretário e fiquei quase um mês na casa de Chico. Ele é meu ídolo que virou meu amigo. Quando ele apareceu aqui em São Paulo, eu tinha 14 anos. Eu falsificava meus documentos para ir em todas as casas que ele cantava. Ele percebeu que tinha uma fã, porque eu seguia ele. Eu e Mestrinho temos um vídeo que roda muito no YouTube que é o trio, Mestricho na sanfona, eu no triângulo e ele na zabumba.

Mestrinho – Nós três participamos com a orquestra Jazz Sinfônica, na sala São Paulo, para que fizéssemos performances separadas e depois juntos com Chico, Chico é um querido

MaisPB – Juliana Linhares (de Natal) e  Isabela Morais ( de Curitiba) cantam com você na quinta faixa “Alavantu Anahiê”dela com PC Silva…

Mariana Aydar – É uma canção narrativa do lugar da mulher que trata dessa coisa feminista e eu e mestrinho, resolvemos trazer mais mulheres, a Ju e Belinha mais vozes femininas a dar coro a essa música.

MaisPB – E Gilberto Gil, muito bom ele nesse disco, né?

Mariana – Falai mestrinho

Mestrinho – O Gil na verdade é uma grande parceiro que eu tenho na vida, toquei com ele quando eu tinha 19 anos e criamos uma afinidade musical muito grande –  essa música fala de um amor pós termino. Ele viveu isso, compôs a canção Drão, que fez para Sandra, já tinham terminado a relação, ele fala na música que o amor não acaba, eu fiz “Até o fim” e só poderia ser ele pra cantar nesse disco. Eu sempre toco com ele, sempre estou junto. Admiro tanto quanto admirava Dominguinhos e continuo admirando. Essa canção é lindo e Gil aceitou.

MaisPB – Você toca acordeon em todas as faixas…

Mestrinho – Sim.

MaisPb – O disco ainda tem o paraibano Salomão Soares?

Mestrinho – Ele é muito bom, gostamos muito dele e haveremos de tocar juntos outras e outras vezes.

MaisPB – Pra fechar, a Mariana Aydar, é nossa rainha pop do forró…

Mestrinho – Sim, a ela defende esse gênero com muita garra, a história de Mariana com o forró é gigantesca. Ela não tem rotulo, é uma artista brasileira

Mariana Aydar – Eu comecei cantando forró, me sinto de volta para o meu aconchego mesmo, cantando forró, é um lugar muito confortável, eu e Mestrinho adoramos o forró, nossa vida, nossos amigos, o forró é gigante.

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