João Pessoa, 08 de novembro de 2014 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O presidente dos EUA, Barack Obama, nomeou a promotora pública Loretta Lynch como procuradora-geral do país, cargo que lidera o Departamento de Justiça e é crucial para temas como imigração e direitos civis, agendas importantes para o presidente. Seu nome precisa ser aprovado pelo Senado.
Ela substitui Eric Holder, amigo pessoal de Obama que anunciou em setembro que deixaria o cargo.
Lynch, de 55 anos, tem fortes relações no Departamento de Justiça, e uma longa história no combate à corrupção, ao terrorismo e ao crime organizado. Apesar de liderar casos de alto impacto, Lynch é reconhecida por ser discreta e por não buscar publicidade.
— É bem difícil achar uma pessoa mais qualificada para o cargo — disse Obama, neste sábado.
A nomeação precisa ser confirmada pelo Senado, onde os democratas têm maioria até o fim do ano, pois perderam o controle da casa nas eleições de meio mandato no começo deste mês.
Loretta Lynch ganhou notoriedade nos Estados Unidos ao conseguir condenar policiais nova-iorquinos que violentaram sexualmente um imigrante haitiano.
— Acordarei todas as manhãs com a proteção do povo americano como primeiro pensamento — disse Loretta.
Lynch cursou Direito em Harvard e construiu uma sólida reputação em Nova York. Sua experiência pode ser útil ao Departamento de Justiça num momento de visibilidade de casos de direitos civis, incluindo o de Ferguson, onde o jovem negro Michael Brown foi baleado e morto por um policial branco, em agosto.
Além disso, ela está no segundo mandato como promotora pública, tendo tido ampla aprovação no Senado em 2000 e 2010, o que mostra que os republicanos não a enxergam como uma figura polêmica.
Nos últimos meses, porém, ela comandou a acusação ao congressista nova-iorquino Michael Grimm por suspeita de fraude fiscal. Grimm foi reeleito e, apesar de estar sob investigação, afirma que o caso contra ele teve motivações políticas.
É a primeira vez em quase dois séculos que um presidente promove um promotor público diretamente ao posto de procurador-geral. A última vez foi em 1817, quando James Monroe escolheu William Wirt.
O Globo
BOLETIM DA REDAÇÃO - 02/07/2025