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O contra-senso da STTP

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publicado em 27/08/2012 às 07h58

Não importa se, diante da recente reforma ortográfica, o contra-senso tenha ou não o hífen. O que importa é que, se real a notícia que circulou
neste final de semana, a STTP estaria cometendo uma medida contrária ao bom-senso (sem também aqui ser importante se tem ou não o hífen)!

A STTP, todos sabemos, é a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos de Campina Grande. E neste sábado, tanto no jornal Contraponto
quanto na revista A Semana, elogiamos o elogio que uma usuária do transporte coletivo campinense fizera à STTP, elogio este exatamente pelo que aquele
órgão parecia ter feito… e não fez!

A passageira campinense elogiara a STTP porque em maio deste ano “teve a hombridade de voltar atrás na medida que precipitadamente anunciara em
relação à rua Dr. Severino Cruz, artéria em que implantaria mão única, sentido Centro-Catolé, atendendo pedidos de motoristas e moradores da proximidade”.

Parecia, pois, que tivesse mesmo voltado atrás, o que – aí, sim – seria uma medida de bom-senso, porquanto em vez de atender só a “motoristas e
moradores das proximidades”, estava satisfazendo a uma população bem maior: a que recorre, todos os dias, aos ônibus da rota 444 (Linha Vermelha), inclusive
para dirigir-se à Casa da Cidadania e aos centros de ensino das imediações.

Mas, de acordo com notícias deste final de semana, a STTP mudou seu posicionamento e estabeleceu que a partir desta segunda-feira, 27 de
agosto, os ônibus da Linha Vermelha, Rota 444, não mais passem pela rua Dr. Severino Cruz, de uns 800 metros (trecho este que faziam em apenas 3 minutos),
sendo agora obrigados, para alcançar o mesmíssimo ponto, a percorrerem as ruas Miguel Couto, João da Mata e Vila Nova da Rainha, enfrentando 5 cruzamentos
e mais 2 semáforos, pelo que levarão um tempo mínimo de uns 10 minutos para chegarem ao mesmo local.

Na elaboração destes escritos buscamos, inclusive a internet, sobre o anúncio dessa mudança. Nada encontramos. E recorrendo a um amigo
campinense, este disse já ter lido uma mensagem recente, via “twiteer”, postada pelo superintendente da STTP afirmando que “meu tempo é precioso
para dar ouvidos a qualquer opinião”. Respondemos que não acreditávamos ter o superintendente da STTP feito tal afirmação, não só pelo “gentleman”
que ele demonstra ser, mas por sua função como agente público, o que exige que seja auscultada a população usuária do transporte coletivo para
saber se efetivamente a ela satisfaz uma mudança desse tipo, em que o tempo de viagem será aumentado para satisfazer “motoristas e moradores
da proximidade”. Deixar de ouvir a população também exporia a PMCG como que só no discurso estivesse dizendo priorizar o transporte coletivo,
transporte coletivo que, priorizado, constitui uma das principais ferramentas da acessibilidade, que é mais, até, que “mobilidade urbana”.

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