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Clara Velloso Borges é escritora, professora de literatura e mestranda em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: [email protected]  

Brincadeira de criança

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publicado em 15/10/2021 às 07h02

Na semana das crianças, não haveria como a presente coluna se distanciar do universo infantil. Afinal, o apreço pela leitura deve, preferencialmente, ser despertado na infância. Crianças que leem desenvolvem melhor suas habilidades de linguagem, comunicação, empatia e criatividade. Além disso, a leitura ajuda a manter o foco e a concentração, aptidões que vêm encontrando cada vez mais obstáculos após a imposição de inúmeras telas na nossa rotina.

No Brasil, há uma gama saborosa de leituras destinadas ao público infantil. Ruth Rocha, (foto) aos 90 anos, continua produzindo literatura para os pequenos e observa que nós, adultos, passamos a ouvir mais as crianças. Seu maior sucesso, Marcelo, Marmelo Martelo, é uma obra que continua cativante mesmo quase 50 anos após sua publicação. Se o gosto das crianças não mudou tanto, os adultos têm tentado passar mensagens mais sólidas em suas narrativas: nas edições mais recentes das revistinhas da Turma da Mônica, por exemplo, existe uma preocupação em ratificar que meninas e meninos podem fazer o mesmo trabalho, sem qualquer distinção de gênero.

Embora literatura infantil seja tratada como um gênero único, há todo um universo de categorias que cabe dentro dele. Bebezinhos podem ser cativados por Muito cansado e bem acordado, uma história sobre vários animais que não conseguem ficar parados na cama para dormir. Outras crianças podem gargalhar com Jacaré, não!, do cronista Antônio Prata, que insere um réptil no cotidiano de uma garotinha, provocando situações absurdas. Para as crianças maiores, fãs de fantasia, há como ser hipnotizado por O Dragão de Gelo, livro infanto-juvenil sobre um dragão lendário e indomável, criado pelo autor de Game of Thrones.

Sempre haverá uma história que cative as crianças – basta experimentar. Muitos incentivam ler para uma criança, mas prefiro sugerir que se leia com uma criança. Quando o adulto se propõe a ler para uma criança, ele é só o instrumento da narrativa. Quando lê com ela, entretanto, pode imaginar também. Não é esse o maior atributo de um leitor de qualquer idade?

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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