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Antônio Colaço Martins Filho é chanceler do Centro Universitário Fametro – UNIFAMETRO (CE). Diretor Executivo de Ensino do Centro Universitário UNIESP (PB). Doutor em Ciências Jurídicas Gerais pela Universidade do Minho – UMINHO (Portugal), Mestre em Ciências Jurídico-Filosóficas pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto (Portugal), Graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Autor das obras: “Da Comissão Nacional da Verdade: incidências epistemiológicas”; “Direitos Sociais: uma década de justiciabilidade no STF”. E-mail: [email protected]

A substituta

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publicado em 08/02/2021 às 06h34

(Dedicado à Equipe de Lideres Acadêmicas da Unifametro)

É natural que os profissionais estabeleçam uma zona de conforto em suas atividades. No caso dos gestores acadêmicos, não é diferente. As linhas seguintes tratam de um simples exercício que pode ser útil para jogar novas luzes sobre a rotina desses gestores.

Como um dos gestores de um Centro Universitário, tenho a oportunidade de trabalhar com uma equipe constituída por líderes de várias áreas (pesquisa, extensão, empregabilidade, biblioteca, entre outras).
Nos primeiros encontros, realizamos dinâmicas de apresentações, alinhamento de expectativas e algumas reuniões de relato das atividades semanais.

Tendo em vista a demanda da equipe por inovações, o ambiente de segurança psicológica e o espírito de franca colaboração entre seus membros (pressupostos para a atividade que descrevo abaixo), ocorreu-me elaborar e aplicar, aos líderes dessas áreas, um exercício que eu adotara a título de reflexão pessoal há alguns anos.

O exercício abaixo descrito não tem a pretensão de ser original. A literatura é vasta em instrumentos para aprimorar o trabalho em equipe. Os objetivos do citado exercício são: proporcionar uma perspectiva diferente para que o colaborador perceba problemas e proponha soluções a partir desse novo ponto de vista; motivar o colaborador a sair da sua zona de conforto, de forma a pensar em novas possibilidades de abordar problemas existentes e revisitar atividades que abandonou; permitir que colegas de outros setores tenham conhecimento dos desafios de seus pares.

No meu caso concreto, adotei a flexão de gênero feminina, tendo em vista a ampla preponderância das mulheres em cargos de liderança na nossa organização (8 mulheres e 2 homens).

Segue a descrição da atividade. Título da atividade: “A substituta”
O facilitador apresenta a atividade, seus objetivos e lê o texto que se segue: “Imagine que vc foi demitida ou pediu demissão. Uma substituta assumiu o seu lugar. De imediato, ela implantou mudanças simples, rápidas e de grande impacto. O relacionamento com outros setores também melhorou significativamente. Muitas das atividades desenvolvidas pela nova titular do cargo já estavam no seu ‘radar’. Outras ações até haviam sido cogitadas por você, mas você não executou nem apresentou às instâncias adequadas ou desistiu de dar sequência, por diversos motivos (timidez, medo de rejeição, medo de errar, medo de julgamento, acúmulo de outras tarefas etc). Embora você seja bem resolvida, essa situação incomoda você. Agora imagine que VOCÊ É A SUBSTITUTA e indique uma ação que apresentaria nessa posição.”

Na sequência, o facilitador fornece o texto acima aos participantes pelo canal de comunicação já adotado pela equipe (WhatsApp, email…). A equipe propõe data para apresentação das respostas aos demais membros. Concluídas as apresentações, os gestores dos líderes devem agendar reuniões individuais para avaliar a viabilidade e forma de encaminhamento de cada uma das propostas.

No nosso caso concreto, cada um dos membros da equipe apresentou, em média, 3 propostas. Tive relatos espontâneos muito positivos acerca da aplicação da atividade. Parece-me adequada a aplicação da atividade a cada ano.

A estrutura tradicionalmente departamentalizada do ensino superior não favorece a oitiva de gerentes e de outras lideranças acadêmicas. Os tempos atuais, de crises sanitária e econômica, demandam soluções criativas para novos e velhos problemas. Que o instrumento acima possa auxiliar ou inspirar outros gestores a enfrentar as adversidades atuais e vindouras.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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