João Pessoa, 19 de dezembro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A partir desta quarta-feira (19), a saúde pública na Paraíba entra em clima de tensão. Isto porque, os atendimentos médicos prestados pelas cooperativas médicas, em convênio com o Governo do Estado, devem se encerrar, já que estão sustentados graças a uma liminar concedida pelo juiz Aluízio Bezerra, titular da 6ª Vara da Fazenda Pública que tem o prazo encerrado hoje. Com uma possível suspensão da liminar, a situação da saúde pública pode entrar em colapso. O Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, que realiza em média 30 cirurgias por dia, além de contar, atualmente, com 25 médicos anestesistas cooperados, seria um dos mais prejudicados, reduzindo seus atendimentos a um terço dos números atuais.
Em João Pessoa, a situação do Hospital Infantil Arlinda Marques, que possui um quadro com cerca de 80% de médicos cooperados, sendo 27 médicos pediatras, ficará crítica. Atualmente, João Pessoa possui apenas dois hospitais que oferecem UTIs infantis: o Hospital Universitário Lauro Wanderley e o próprio Arlinda Marques, somando um total de oito leitos.
Para o presidente da Cooperativa dos Pediatras da Paraíba (Cooped), Cláudio Orestes, com o cancelamento do convênio que garante o atendimento prestado pelos médicos cooperados, a situação dos atendimentos pediátricos em João Pessoa pode se tornar caótica. “A interrupção do atendimento prestado pelas cooperativas inviabilizaria as demandas de cirurgia cardíaca, neurológica e de outras cirurgias gerais graves que temos hoje. Isso é preocupante”.
Ainda de acordo com Cláudio Orestes, tornar o atendimento aos hospitais infantis mais frágil do que já se encontra atualmente, significa arriscar vidas de um número significante de crianças por dia. “O que mais vemos são pais que deixam de fazer um plano de saúde próprio, para garantir um atendimento médico de qualidade para os filhos. Também sabemos do desespero de quem precisa de atendimento médico e não tem para onde encaminhar. Já possuímos um número reduzido de leitos em UTIs infantis que é uma realidade dura e difícil de encarar”, argumenta o presidente da Cooped.
Hospital de Trauma de Campina Grande será o mais afetado
De acordo com o Dr. Carlos Roberto, presidente da Cooperativa dos Anestesiologistas de Campina Grande (COCAN), o número de médicos anestesiologistas seria drasticamente reduzido caso as cooperativas deixem de atender ao Hospital de Campina Grande: “Caso a liminar seja derrubada, o número de médicos e, obviamente, de cirurgias realizadas cairia consideravelmente. Dos cinco anestesiologistas que atuam diariamente no Trauma de Campina Grande, apenas dois ou três continuariam a atender, no máximo, e em regime de urgência e emergência. Já as 30 cirurgias que são feitas por dia em média, cairiam para, no máximo, dez. O que tememos é que o atendimento seja reduzido a um terço, restrito ao atendimento de urgência e emergência e com provável superlotação, e isto é, sem dúvida, um cenário desolador”.
O Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, foi inaugurado em cinco de julho de 2011 e, de acordo com dados fornecidos pela Secretaria do Estado de Comunicação (Secom), já havia atendido, até março deste ano, cerca de 105 mil pessoas. Além de atender o próprio município de Campina Grande, o hospital, o maior da região, é conhecido por atender a uma demanda que abrange todo o sertão e até mesmo outros Estados, como Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Assessoria de Imprensa
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