João Pessoa, 14 de março de 2013 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
No primeiro dia do seu pontificado, o papa Francisco fez nesta quinta-feira (14) uma visita privada à basílica de Santa Maria Maior (Santa Maria Maggiore, em italiano).
Cerca de 13 horas depois de eleito, o argentino Jorge Mario Bergoglio chegou no banco de trás de um veículo sedan com vidros escuros e escoltado por batedores.
Ele ficou na igreja, que estava fechada para fiéis, entre as 8h10 (4h10 em Brasilia) e as 8h30 locais. Curiosos e jornalistas tiveram dificuldades para vê-lo.
Francisco anunciou que faria a visita em sua primeira saudação aos católicos, a Urbi et Orbi, do balcão da Basílica de São Pedro. Ele disse que pediria à Madonna (imagem de Maria, mãe de Jesus) que abençoasse "toda Roma", sendo festejado pelos fiéis.
Às 17h locais, ele rezará missa com os cardeais na Capela Sistina, onde foi eleito num conclave que surpreendeu pela brevidade (menos de 26 horas de duração) e por escolher um pontífice que não aparecia na lista de favoritos para assumir o comando da Igreja.
CONCLAVE
Bergoglio foi eleito ontem (13), no segundo dia do conclave, após ao menos três votações.
Desde o começo do século 20, só um papa –Pio 12, em 1939– foi eleito nas três primeiras votações. Nos últimos nove conclaves, houve em média sete votações até a definição. Bento 16, que era favorito claro em 2005, foi eleito no quarto escrutínio, no terceiro dia de votação.
PERFIL
Bergoglio nasceu na capital argentina e, depois de cursar o seminário no bairro Villa Devoto, entrou para a Companhia de Jesus aos 19 anos, em 1958. Foi ordenado padre pelos jesuítas um ano depois, quando estudava teologia e filosofia na Faculdade de San Miguel.
De 1973 a 1979, ele foi provinciano pela Argentina e, a partir de 1980, reitor da faculdade de San Miguel –cargo que ocupou por seis anos. O papa obteve o título de doutor na Alemanha.
Foi nomeado bispo em 1992 e elevado a arcebispo em 1997, passando a chefiar a arquidiocese de Buenos Aires desde então. O argentino ingressou no Colégio de Cardeais em 2001.
Na Santa Sé, participava de diversos órgãos: era membro da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos, da Congregação para o Clero e da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e das Sociedades da Vida Apostólica, além do Conselho Pontifício para a Família e da Comissão Pontifícia para a a América Latina.
Ele era considerado "papável" desde o conclave que elegeu o alemão Bento 16 para suceder o polonês João Paulo 2º, em 2005. Com a renúncia do primeiro, o nome do arcebispo de Buenos Aires voltou a ficar entre os mais cotados ao posto de papa.
Em 2010, quando a modalidade foi permitida pela legislação argentina, o então arcebispo de Buenos Aires –que já disse que a adoção de uma criança por um casal gay é uma forma de discriminação ao jovem– entrou em confronto com o governo de Cristina Kirchner. A presidente argentina, por sua vez, replicou dizendo que a posição da Igreja evocava a época medieval.
Folha.com
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