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França descarta proposta de Obama e nega redução de arsenal nuclear

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publicado em 20/06/2013 às 14h35

O ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, negou nesta quinta-feira que França vá reduzir o arsenal nuclear do país. A declaração é feita um dia após o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pedir aos detentores de bombas atômicas que reduzam seus estoques.

O país é o terceiro a se pronunciar sobre a proposta de Obama. A Rússia disse que vai demorar para estudar a redução do arsenal, enquanto a China disse que Moscou e Washington devem criar condições para diminuir o número de ogivas.

Em entrevista à rádio France Info, Le Drian disse que a França diminuiu seu arsenal para pouco menos de 300 ogivas, bem menos que os estoques americanos e russos que, juntos, possuem mais de 4.000 bombas ativas. Para ele, o risco maior é evitar que outros países, como o Irã, obtenham as armas.

"A verdadeira questão é a proliferação nuclear é o risco futuro de o Irã obter uma arma nuclear", acrescentou.

Segundo o Instituto Internacional para os Estudos da Paz, sediado na Suécia, Estados Unidos e Rússia têm juntos 16.200 armas nucleares, das quais 4.000 estão ativas. Dentre os países que assinaram o Tratado de Não Proliferação Nuclear, também possuem ogivas França (300), China (250) e Reino Unido (225).

Além deles, Índia e Paquistão têm cerca de cem bombas atômicas cada um, além da Coreia do Norte, cujo número é desconhecido. Também há suspeitas de que Israel possui esse tipo de armamento há décadas, o que nunca foi confirmado.

CRÍTICAS

Mais cedo, a Rússia disse que demorará para estudar a diminuição do arsenal nuclear. O vice-chanceler, Sergei Rybakov, afirmou que a proposta precisa passar por diversos setores e criticou indiretamente os Estados Unidos por investir em escudos antimísseis e na guerra espacial.

Na quarta (19), o presidente russo, Vladimir Putin, assegurou que a Rússia não permitirá que se altere o equilíbrio do sistema de dissuasão nuclear e também fez críticas indiretas aos Estados Unidos por causa do aumento do arsenal de sistemas espaciais e antimísseis para uso militar.

"Não podemos permitir que se altere o equilíbrio do sistema de dissuasão estratégica ou que se reduza a eficácia de nossas forças nucleares", afirmou o presidente, que em diversas ocasiões defendeu a manutenção do arsenal nuclear até que Moscou disponha de armamento sofisticado que cumpra a mesma função.

A China, outro país com armas nucleares, disse que o papel para o desarme atômico deve ser assumido pelos Estados Unidos e a Rússia. Técnicos dos dois países pediram a participação das outras nações nucleares nos programas de desarmamento.

"Os dois países devem reduzir substancialmente seu arsenal, de forma confiável e responsável, para criar condições para o completo desarmamento nuclear", disse a porta-voz da Chancelaria chinesa, Hua Chunying.

O Reino Unido, a Índia, o Paquistão e a Coreia do Norte ainda não se pronunciaram sobre a proposta do presidente americano.

Folha.com

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