João Pessoa, 24 de julho de 2013 | --ºC / --ºC
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A morte de uma turista paulista vítima de ataque de tubarão levou o Ministério Público a pedir ontem a proibição do banho de mar na região metropolitana do Recife.
Bruna Gobbi, 18, não resistiu aos ferimentos causados na tarde de anteontem e morreu no fim da noite. Ela havia tido a perna esquerda amputada.
A jovem foi a primeira mulher a morrer vítima de ataque de tubarão nos últimos 21 anos em Pernambuco. A família pretende processar o Estado.
O enterro está previsto para a tarde de hoje, em Escada (a 63 km do Recife), onde vive a maior parte da família.
PROPOSTA
Desde 1992, 59 pessoas foram atacadas por tubarões na Grande Recife e 24 delas morreram, segundo o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões.
"Já existem cinco decretos estaduais que proíbem esportes náuticos. Nossa recomendação é para que haja extensão [da proibição] para o banho de mar", disse o promotor Ricardo Coelho.
Coelho afirmou que caberá ao comitê indicar trechos e períodos do ano em que deve haver proibição ao longo dos 30 km de litoral onde já houve ataques.
O banho em piscinas naturais entre recifes de coral e a faixa de areia seria permitido, sugere ele.
Segundo o promotor, a fiscalização ficaria sob responsabilidade dos bombeiros, como já ocorre com o surf e outros esportes aquáticos.
Ele diz acreditar que a medida não afetará o turismo.
O Estado tem 15 dias para decidir se acata a recomendação. Caso não aceite, o promotor diz que vai acioná-lo na Justiça em busca da interdição.
REPERCUSSÃO
A proposta causou polêmica. Fundador da Avituba (Associação das Vítimas de Ataques de Tubarão), Charles Pires, 35, perdeu as duas mãos ao ser atacado na praia de Boa Viagem –a mesma em que Bruna foi mordida–, em 1999.
Ele critica o trabalho de prevenção do Estado, mas se diz contra a proibição. "Não acho justo. É radical."
O engenheiro de pesca Bruno Pantoja, do Instituto Propesca, avalia a medida como radical, mas necessária para que o governo busque outros meios de evitar os ataques.
Para o governo, a recomendação é desnecessária. "Isso atenta contra o direito de ir e vir. As praias pernambucanas são lindas e seguras. É só seguir as orientações que temos dado", diz o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio.
UOL
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