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APROXIMAÇÃO

Presidente do Irã pede reunião com Dilma em Nova York

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publicado em 21/09/2013 ás 09h52

O chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo terá encontro com o colega do Irã, Mohammad Javad Zarif, na próxima semana em Nova York, às margens da Assembleia-Geral da ONU, segundo autoridades dos dois países.

O novo presidente iraniano, Hasan Rowhani, pediu informalmente ao Itamaraty uma reunião com Dilma Rousseff durante o mesmo evento.

Dilma ainda não respondeu. Procurado, o Itamaraty não se manifestou.

O encontro ministerial fora acertado em agosto, quando o então chanceler Antonio Patriota representou o Brasil na posse de Rowhani.

Os dois ministros tiveram "bom contato", segundo o Itamaraty.

Planos de um novo encontro na ONU foram mantidos, apesar da queda de Patriota.

"Uma conversa com os brasileiros está na agenda iraniana em Nova York", disse um funcionário ligado ao regime de Teerã, que falou sob condição de anonimato.

Iranianos vêm expressando contrariedade por não conseguirem aumentar a importação de produtos do Brasil, país que consideram politicamente isento e provedor de mercadorias de qualidade a preço acessível.

"Estamos dispostos a comprar todo tipo de produto do Brasil. Temos demanda e temos dinheiro. Mas falta vontade do lado brasileiro", disse o funcionário iraniano.

Mais de 99% do volume de US$ 2,1 bilhões registrado em 2012 representa vendas brasileiras à república islâmica, principalmente milho, soja, açúcar e carne.

Outro funcionário iraniano, ligado à área diplomática, fez um alerta ao Brasil. "Nossos países não são parceiros naturais. Só estamos comprando dos brasileiros devido aos problemas com o Ocidente", afirmou.

"No dia em que as sanções forem levantadas, iranianos se voltarão todos para Europa e EUA", disse, em referência à possibilidade de um acordo nuclear que permita o fim das punições econômicas contra Teerã.

Exportadores brasileiros reconhecem que o Irã, um país com aproximadamente 77 milhões de habitantes, representa um mercado atrativo, mas afirmam que as dificuldades de pagamento causadas pelas sanções geram transtornos que os levam a olhar para outros países.

"O exportador brasileiro tem vários mercados disponíveis. Já o Irã tem poucos parceiros e quer priorizar os que o agradam mais", disse uma autoridade brasileira.

Relações bilaterais, incluindo comerciais, atingiram pico durante o governo Lula [2003-2010], que chegou a costurar, com apoio da Turquia, um acordo nuclear com Teerã torpedeado por EUA.

Críticas da presidente Dilma Rousseff à situação de direitos humanos no Irã levaram ao esfriamento dos contatos, que agora parecem ter sido retomados com mais intensidade.

Folha

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