O titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações, o delegado Lucas Sá, divulgou nesta quarta-feira (25), novos dados sobre possíveis envolvimentos da organização criminosa ORCRIM. No novo material divulgado é detalhado de um dos investigados, aquele que se inscreve nas provas e passa através de ponto as informações aos candidatos. De acordo com o delegado, nas conversas de whatsapp também fica claro que já existia intenção dele atuar no concurso da UFBA, que será realizado neste domingo (29).
O professor foi preso em 2015 pela Polícia Civil de Pernambuco na Operação Mercado. O membro da ORCRIM foi preso na 1ª fase da GABARITO e tem como funções o treinamento de “clientes” (candidatos), aquisição de pontos eletrônicos e resolução de algumas provas (professor).
Polêmica com IFBC
Em relação a polêmica envolvendo o IBFC, que emitiu nota ontem, terça-feira (25), negando que o Lucas Sá teria procurado a instituição e garantindo que não houve fraude no certame do TJPE, o delegado explicou ao Jornal da Paraíba que os indícios de fraude no concurso são fortes, uma vez que as investigações da operação comprovaram que os suspeitos já estavam “vendendo” vagas para o TJPE em março.
O delegado explicou ainda que alertou a Polícia Civil de Pernambuco e ao IBFC. “Encaminhei material para a Polícia Civil de Pernambuco, através da inteligência, e para o IBFC para que eles atuassem na segurança (do certame). Mas no dia 17 de outubro, ou seja, dois dias depois do concurso, quando surgiram as denúncias, eu entrei em contato com a polícia e o delegado disse que não havia sido possível identificar atitudes suspeitas porque o instituto não permitiu que houvesse investigação”, pontuou Lucas Sá ao Jornal da Paraíba, contrariando o que disse o IBFC que “nunca impediu qualquer investigação policial realizada na Operação Gabarito” e que tem “contribuído ativamente com todas as autoridades envolvidas”.
Sá ainda ressaltou que as falhas na aplicação do concurso do TJPE não são uma acusação sua, mas de mais de 400 denúncias feitas ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O delegado ainda adiantou que deve participar de uma reunião, ainda não definida a data, com o MPPE e com o TJPE para debater o caso e onde será proposta a anulação do concurso.
“Disseram (o IBFC) que fui sensacionalista. Mas eles não sabem do que eu sei. Analisei mais de 15.000 arquivos. A conduta dessa organização criminosa é gravíssima. Possuem agentes infiltrados em diversas instituições”, defende-se.
Paulo Dantas – MaisPB