João Pessoa, 12 de julho de 2017 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Cerca de 4,5 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a saneamento básico seguro. Esses dados são de um recente relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Esse número é bem mais da metade da população global de 7,6 bilhões de habitantes . Já a quantidade de moradores do planeta com algum saneamento básico é de 2,3 bilhões. Esta é a primeira vez que a OMS e o Unicef fazem um levantamento global sobre água, saneamento básico e higiene.
O documento das Nações Unidas indica que o número de pessoas no planeta sem acesso à água potável em casa é de 2,1 bilhões. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus afirmou que água potável encanada, saneamento e higiene não deveriam ser privilégios apenas daqueles que vivem em centros urbanos e em áreas ricas. Para ele, os governos são responsáveis por assegurar que todos tenham acesso a esses serviços.
Desde 2000, quando foi lançada a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, bilhões de pessoas ganharam acesso à água potável e saneamento, mas isto não garante necessariamente um saneamento seguro, ou seja, aquele que é ligado a uma rede de esgoto tratado.
Esse quadro gera doenças que podem ser mortais para crianças com menos de cinco anos de idade.
Todos os anos, mais de 360 mil menores morrem de diarreia. Já o saneamento mal feito pode causar cólera, disenteria, hepatite A e febre tifóide, entre outros problemas.
O diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, disse que ao melhorar esses serviços para todos, o mundo dará às crianças a chance de um futuro melhor.
Em 90 países, o avanço na área de saneamento básico é lento, o que leva a crer que a cobertura universal não será alcançada até 2030, ano que encerra o prazo para cumprimento da Agenda 2030, que estabelece os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que devem ser implementados por todos os países.
Latrinas compartilhadas
Dos 4,5 bilhões de pessoas sem acesso a esgoto tratado, 600 milhões têm que compartilhar um toalete ou uma latrina com moradores de outras residências. Já o número de pessoas que defecam a céu aberto é de 892 milhões. Devido ao aumento da população, essa situação tem crescido na África Subsaariana e na Oceania.
O relatório indica ainda que, em países que passam por conflitos, as crianças têm quatro vezes menos chance de usar serviços de abastecimento de água e duas vezes menos de ter o saneamento básico comparado aos menores de outros países.
Os serviços de água potável, saneamento básico e higiene são essenciais para que o mundo alcance o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 3: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar de todos, em todas as faixas etárias.
Agência Brasil
DISPUTA - 17/09/2025