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futebol

A loteria dos cartolas

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publicado em 11/03/2017 às 00h46
atualizado em 13/03/2017 às 11h50

Você sabe quantos jogadores seu time contratou no ano? E se perguntarmos a quantidade de contratações nos últimos dois anos e dois meses? Destes jogadores, quantos chegaram a atuar? A resposta a estas perguntas mostra uma situação muito clara: a enorme falta de convicção dos departamentos de futebol dos três grandes clubes da Paraíba.

Com o excesso de contratações e o péssimo rendimento de muitas delas, Botafogo, Campinense e Treze abusam nos gastos, incham elencos, demoram na construção de uma equipe e fracassam juntos em seus objetivos.

Somente em 2017, o trio de ferro contratou 71 (SETENTA E UM!) jogadores.

28 – Treze
26 – Campinense
17 – Botafogo

Nos últimos dois anos e dois meses, o número sobe assustadoramente para 307 (TREZENTOS E SETE!!!) aquisições.

Campinense

65 – 2015
30 – 2016
26 – 2017
121 – total

Treze
38 – 2015
31 – 2016
28 – 2017
97 – total

Botafogo
37 – 2015
35 – 2016
17 – 2017
89 – total

Com calendário cheio, a necessidade de qualificar o elenco aumenta para Botafogo e Campinense. O problema, no caso da dupla, é que as apostas, foram/são, equivocadas. Das 26 aquisições da Raposa no ano, oito já foram embora. No Belo, seis já deixaram o clube. Quase metade das contratações realizadas no inicio da pré-temporada.

William Chrispim. Sim, ele passou pelo Campinense em 2016 (Foto: PBesportes)

O Campinense é o caso mais emblemático por se tratar do atual bicampeão do estado.

O time cartola contrata e dispensa como se joga na loteria. Mais apostas, mais chances de ganhar. A impressão é de que dar certo. Falsa impressão. O clube paga o preço de errar absurdamente para atingir um acerto razoável na quantidade de contratações. De Luiz Fernando e Rodrigão, bons achados que levaram a Raposa ao bicampeonato estadual, a William Chrispim e Guilherme Minho, aquisições malsucedidas para deixar a Série D.

Em 2016, a diretoria do Botafogo-PB foi 35 vezes ao mercado e destes apenas sete tiveram vínculos renovados para 2017. O zagueiro Marcelo Xavier, o meia Pedro Castro e o lateral David Luiz eram jogadores pretendidos, mas acabaram não permanecendo. No fim, 25 jogadores foram descartados. Desperdício alto para um clube que vendeu a ideia de “base mantida” e de um calendário cheio para se planejar.

Lucas Batatinha: 3 jogos, nenhum gol (Foto: Ascom)

Jogadores como Lucas Batatinha, Jean, Ruan, Ailton e Marcelo Henrique – este último ainda compõe o atual elenco desde 2015 sem ter participado de um jogo – passaram desapercebidos pelos torcedores.

Já o Treze sofre desde a segunda metade 2015 financeiramente. Já naquele ano, precisou refazer o elenco para Série D, optando por jogadores baratos e da região. Sem sucesso, remontou novamente o plantel para 2016 e ficou sem calendário em uma de suas piores campanhas no estadual. Uma nova remontagem foi feita para 2017. Foram 28 jogadores contratados e sete dispensados até o momento. Dificuldades de calendário à parte, foram quase 100 jogadores contratados nas últimas quatro competições do clube – três estaduais e uma Série D. Não dá para minimizar.

O zagueiro Rafael Nascimento foi contratado sem nenhuma convicção e não deixou saudades (Foto: Ascom)

Ações para aplacar torcida podem até dar certo, mas não são convicções.

É loteria!

Colaborou Jonathan Ramos (@jonathan_rb)

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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