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briga judicial

Pai de vítima do Estado Islâmico processa Google, Twitter e Facebook

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publicado em 16/06/2016 às 10h58
atualizado em 16/06/2016 às 08h00
Nohemi Gonzalez, estudante norte-americana morta pelo Estado Islâmico nos ataques de Paris, França (Foto: Reprodução/Facebook/Strate Ecole de Design)

O pai de uma das vítimas dos ataques terroristas que deixaram 129 pessoas mortas em Paris entrou com um processo na Justiça contra Google, Facebook e Twitter. Ele alega que as empresas permitem que o grupo extremista Estado Islâmico, autor dos atentados, use suas ferramentas para fazer propaganda, arrecadar fundos e recrutar novos colaboradores.

A ação judicial foi aberta nesta terça-feira (14) em um tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos, por Reynaldo Gonzalez, pai de Nohemi Gonzalez, que foi a primeira norte-americana a ter a morte confirmada.

A estudante da Califórnia State University de 23 anos estava em um restaurante que foi alvejado a tiros pelos terroristas na série de ataques em novembro de 2015. Ela fazia um curso de intercâmbio de design industrial em Paris –estava na Europa pela primeira vez.

“Por anos, os réus tiveram conscientemente permitido o grupo terrorista Estado Islâmico usar suas redes sociais como ferramentas para espalhar propaganda extremista, levantar fundos e atrair novos recrutas”, diz o texto da ação.

“Sem Twitter, Facebook e Google (YouTube), o crescimento explosivo do EI nos últimos anos e que permitiu ao grupo se transformar no grupo terrorista mais temido no mundo não teria sido possível.”

Nos Estados Unidos, há uma lei que isenta as empresas de internet da responsabilidade sobre o conteúdo publicado em suas plataformas pelos usuários. No Brasil, o Marco Civil da Internet também traz esse dispositivo.

Só que a ação judicial de Gonzalez não trata do mérito das mensagens publicadas pela facção terrorista e, sim, do fato de as empresas terem “permitido” o avanço da organização. Ele acusa as empresas de violarem duplamente a Lei Internacional de Terrorismo.

Ari Kresch, advogado de Gonzalez, disse à agência de notícias Associated Press que “essa acusação não se trata do que as mensagens do EI diziam”. “É sobre Google, Twitter e Facebook permitirem que o EI usasse suas redes sociais para recrutamento e operações.”

A facção radical usa não só Twitter, Facebook e ferramentas do Google, mas todo um arsenal de ferramentas digitais para espalhar propaganda, levantar dinheiro e atrair recrutas.

O processo é similar ao que o Twitter enfrenta desde janeiro, movido pela viúva de uma vítima de um ataque do Estado Islâmico, em Amã, capital da Jordânia. Moradora da Flórida, Tamara Fields era esposa de Lloyd Fields Jr., ex-militar norte-americano que treinava forças policiais de países do Oriente Médio. As similaridades não param por aí. Até trechos dos processos e imagens incluídas nele são idênticas.

G1

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