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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

Financiamento privado de campanha

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publicado em 21/11/2025 ás 19h49

Cinco bilhões para financiar as campanhas dos nossos queridos políticos é muito? Não, não é. Para a quantidade de safadezas e crimes eleitorais que os candidatos cometem nas campanhas precisaria ser no mínimo dez vezes mais. Portanto, mesmo levando em consideração os “por fora” e outras trambicagens do gênero, cinco bilhões ainda assim são uma merreca. O que lasca é que essa grana é publica, e bem poderia ser aplicada em educação, saúde e segurança.
O certo seria que a parcela privilegiada do distinto público, aquela que sempre recebe as benesses dos parlamentares (tanto faz que o regime seja de esquerda ou de direita) financiasse essa festa para a qual os bem intencionados jamais serão convidados.
Bom seria que cessassem todas as formas de financiamento público de campanha, subsistindo exclusivamente os financiamentos de pessoas físicas e jurídicas.
Entretanto, como ficaria a igualdade de condições entre os candidatos, eis que já é uma covardia enorme concorrer com os detentores de mandatos que buscam a reeleição? Sim, porque no exercício do mandato o deputado federal ou estadual dispõe de verbas públicas ao longo de quatro anos para apascentar prefeitos e vereadores, cargos para distribuir não somente nos gabinetes, mas também nas esferas dos poderes executivos (municipal, estadual e federal) onde é ligado às excelências de plantão e “facilidades” ainda não descobertas.
O ideal seria que, do total doado pelas pessoas jurídicas e físicas para qualquer candidato ou partido político, pelo menos a metade teria que ser dividida em proporção inversa aos outros concorrentes. Quanto menor a condição financeira do pretendente, maior seria o percentual que receberia. É conta de padaria, facílima de fazer.
Difícil mesmo seria convencer os generosos e desinteressados políticos que fabricam as leis a fazer qualquer procedimento que favorecesse eleições mais equilibradas e que permitissem a renovação do legislativo.
Se o leitor não acredita, faça uma rápida pesquisa; qual foi o percentual de renovação da câmara federal nas últimas eleições? Não vale contar parentes de detentores de mandatos que os tenham substituído.
Mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar… .

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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