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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

O futuro do meu passado

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publicado em 28/06/2025 ás 07h00
atualizado em 27/06/2025 ás 19h50

Desde a estória do dia em que choveu merda, passando pelo casal que fugiu levando a porta da casa por teimosia da esposa e chegando à maravilhosa estória de Justiniano, que alimentou Deus e jogou baralho com o diabo ganhando todas as almas do inferno, minha infância foi absolutamente diferente das infâncias das pessoas com quem conversei sobre essas estórias. Será possível que nenhum de vocês teve uma avó parecida com Dona Batistinha, que iluminava meus primeiros anos com o inimaginável para quem limitou-se a João e Maria, Rapunzel (foto) e outros que tais?

Depois que fui pai comecei uma busca intensa para resgatar aquelas estórias, pesquisa que se tornou mais premente com o nascimento dos netos e o advento do Google.

Nada. Nem uma linha.

O meu receio é que aquelas preciosidades desapareçam para sempre. O que pretendo é pedir a ajuda de vocês para completar as partes que esqueci daquelas estórias, vazios cada vez maiores.

Na estória de Justiniano o cidadão saiu para uma viagem levando alguns pães em seu surrão. A cada noite, quando ia comer apareciam dois velhinhos, levando-o a repartir os pães com os dois. Na última noite identificaram-se; eram São Pedro e Deus, que concedeu três desejos a Justiniano. Por mais que São Pedro recomendasse a Justiniano pedir a salvação, ele fez 3 pedidos estapafúrdios. A partir daí não lembro da história até o seu final, que apresenta Justiniano ganhando um jogo de baralho contra o diabo e levando todas as almas que estavam no inferno para o céu.

A estória da porta era hilária; o casal abandonou sua casa para fazer uma grande viagem e a esposa cismou de levar a porta. Por que levar a porta da casa eu nunca consegui entender. Mas lá se foram eles pela estrada afora. Num determinado ponto pararam embaixo de uma arvore frondosa. Iriam dormir ali, porém o marido preocupado com bandidos decidiu subir na arvore onde ficariam escondidos. Claro que a mulher subiu com a porta, né? Deste ponto em diante eu não lembro o que ocorreu. Recordo vagamente que chegaram os temidos ladrões lá embaixo e algo aconteceu…lamentavelmente nem lembro o final da estória.

O dia que choveu merda é uma estória que envolve o casal que morava num sobrado, o assassinato de três padres e um doido que os enterra.

Se vocês puderem me ajudar acredito que conseguiremos fazer a alegria de muitas novas gerações.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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