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Nordeste poderá perder R$ 16 bi com tarifa de Trump; Paraíba é o menos afetado

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publicado em 11/07/2025 ás 10h05
atualizado em 11/07/2025 ás 10h21
Paraíba será a menos afetada por "tarifaço";

A Paraíba é o estado do Nordeste que menos será afetado pela tarifa de 50% em exportações brasileiras anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última quarta-feira (9). De acordo com estudo realizado pela Sudene, os estados do Ceará, Bahia e Maranhão serão os mais prejudicados, já que são os principais exportadores do Nordeste para os EUA em 2025. No total, a região poderá perder R$ 16 bilhões por ano com a tarifa.

Segundo levantamento do Portal MaisPB, a Paraíba exportou menos de R$ 55 milhões para os Estados Unidos neste ano, valor significativamente inferior ao do Ceará, por exemplo, que ultrapassou a marca de R$ 2,8 bilhões em exportações. Ainda assim, mesmo com essa diferença expressiva, o impacto de uma possível interrupção das exportações para os EUA sobre a economia paraibana seria relativamente pequeno.

Mesmo com uma balança comercial positiva de US$ 22 milhões em 2024, os números de 2025 da Paraíba reforçam a baixa participação do Estado nas exportações com destino ao mercado norte-americano.

Se todas as exportações da Paraíba para os EUA fossem cortadas, o impacto representaria menos de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Isso significa que, embora algumas empresas possam sentir os efeitos diretos, o conjunto da economia paraibana permaneceria estável.

Setores mais prejudicados

Setores mais prejudicados com nova tarifa serão os de sucos de frutas e calçadistas;

O setor produtivo mais afetado na Paraíba será o de frutas e sucos de frutas (principalmente suco de uva), com exportações superiores a R$ 40 milhões em 2025.

Em segundo lugar fica o setor coureiro-calçadista, especialmente calçados com sola de borracha e plásticos, com pouco mais de R$ 7,2 milhões exportados neste ano.

Os setores de produção da cana-de-açúcar e pedras do tipo pastilha também vão sofrer com o “tarifaço”.

Como compensar as perdas?

Em entrevista ao Portal MaisPB, o coordenador de Estudos, Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Sudene, José Farias, revelou o que pode ser feito pelos produtores para reduzir os impactos do “tarifaço”.

“Certamente a questão é procurar novos mercados, que demora um pouco o resultado, o retorno, mas o impacto também não é tão imediato. Se as compras já estão feitas, as pessoas ainda vão fornecer, as indústrias, as empresas ainda vão fornecer para os Estados Unidos. O impacto imediato é mais pesado porque conseguir mercado não é tão simples. Então essa questão do que fazer é voltar para o mercado interno, que foi o caso da crise da gripe aviária que, indiretamente, a redução da venda de frango para o exterior reduziu o preço. Mesmo que momentaneamente do frango no Brasil, porque as exportações passaram a abastecer o mercado interno”, concluiu.

João Pedro Gomes – MaisPB