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Olhando de longe, a figura de Nícolas Fouquet está em todas as partes do mundo. Seu julgamento, que começou em 3 de março de 1662, foi marcado por milhares de processos e debates. A acusação, liderada por Pierre Séguier, apresentou 120 artigos de acusação contra Fouquet.
A prisão aconteceu um ano antes, em setembro de 1661, planejada por Jean-Baptiste Colbert, o novo ministro das finanças da França, que abocanhou o lugar de Fouquet e simulou consolidar o poder financeiro sob o controle do rei Luís XIV.
A acusação de desvio de fundos e outras práticas ilegais foi utilizada como justificativa para a prisão, embora os motivos políticos por trás da decisão fossem mais amplos. Muito mais.
O processo ficou estagnado e os interrogatórios começaram sem que o réu tivesse conhecimento dos documentos apreendidos ou notificado de nenhum documento processual. Não tem muita diferença do que acontece hoje.
Vamos lá – visitar o museu do Instituto Ricardo Brennand em Recife, e não assistir ao julgamento de Nícolas Fouquet, é perder a viagem, mesmo diante da imensidão de esculturas, pinturas, artes sacras etc. O julgamento acontece na última sala.
A cena paralisada e em movimento, aumenta a interação do público com os personagens de cera, em tamanhos normais, bem-vestidos, com cabelos humanos e caras estranhas. É uma cena impressionante e instintiva.
Poder e roubalheira. Foi o que aconteceu com o todo-poderoso ministro das Finanças da França, Nícolas Fouquet que cai em desgraça e é preso em Nantes, a sexta maior cidade da França.
Coube a Nícolas Fouquet se aproveitar do cargo e enriquecer. Assumindo funções complementares de procurador-geral e membro do Conselho do rei, tornou-se, aos 46 anos, o homem mais influente e o mais rico do reino. Isso acontece até hoje – só que bem escancarado – os roubos do dinheiro público no Brasil
O roubo das contas dos aposentados do INSS em nosso país, não terá julgamentos, são muitos ladrões. Mais de 40;
Dotado de bom gosto como requer o poder, o mecenas Fouquet fez-se rodear dos maiores talentos de sua época. Seu trato agradável e mais ainda sua generosidade lhe garantiam numerosos e fiéis apoios entre as pessoas influentes da corte, entre elas a rainha-mãe Ana da Áustria. Ele se acreditava intocável. Muitos agem assim, alguns sucumbem, outros seguem roubando.
O Instituto Ricardo Brennand em Recife é um espaço de cultura de grande importância, inaugurado há 23 anos, que salvaguarda um valioso acervo artístico e histórico originário da coleção particular do industrial pernambucano Ricardo Coimbra de Almeida Brennand. É o conhecimento quem nos convida a essa relação simétrica, entre quem visita e quem aprende. O espaço é, em si, uma obra completa.
“Muitos pensam que Nícolas Fouquet é aquele que está sem camisa, (pobre-diabo), mas Fouquet é esse um primeiro plano. É que o rei realizava o julgamento dos pobres e poderosos juntos”, disse o guia.
Olhando de perto Nícolas Fouquet está em todos os personagens.
Kapetadas
1 – Os únicos que deveriam falar sobre a morte são os que já morreram.
2 – Faz de conta que eu sou fraude do INSS e finge que não existo, ok?
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