João Pessoa, 27 de maio de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Na minissérie ‘Sereias’ da Netflix (criado por Molly Smith Metzler, com Meghann Fahy, Julianne Moore, Milly Alcock) tudo que sobra não sobra, já foi, como uma piola de cigarro amassada num cinzeiro de pé, daqueles que tinha três pernas, lembram? Tudo acaba, até os limites. O titulo do texto vem d e uma fala da série ´Sereias´, que não são as rainhas do mar. ´Minha sereia é moça bonita´
Pernas, pernadas 3/4. A metade de um ciclo se larga pra trás, um pedaço de pão e um café, nos leva a descartar o supérfluos, mas a casa, livros, o cachorro, não são supérfluos, estão impregnados de nós, jamais o arroz com feijão.
Inclua aí também, alguém trancando a porta atrás das costas sem nem olhar ou dizer qualquer coisa, já vou, viu?, já fui, viu?, e não sobra sequer o eco igual àquele que já existia antes do sagaz Diadorim.
Astucias e abismos. Tudo acaba.
Chegar e encher à vida do outro, requer responsabilidades, senão a cabeça paga com as promessas tardias, já diziam os êmulos…
Lindo são coisas coloridas pelo sol, como os balões de São João, que no sertão nunca soltamos o barbante, porque ainda era proibido proibir.
Vida besta. Achando aquilo tudo muito engraçado, e a vida presta tanto quanto é imprestável e nós tapando o sol com peneira cor de laranja, cor de seus cabelos. Meu Deus!
Agora não faço ideia de quando será a próxima vez em que vou ter coragem de atravessar o Rio Jaguaribe, que dirá caminhar de mãos dadas, atadas, porque tudo parece imenso e solitário.
O chão da cozinha brilhando, o gato amarelo pede comida e não come, cercando as pernas do dono como a evitar algum mal. Já não há mais tristeza e arrependimento, testa franzida de sempre, como costumava ver meu pai, sentando numa cadeira sem esperar a morte chegar, mas chegou.
Lembro de quando eu chorava no cinema, ninguém me olhando sem entender o por quê de chorar num filme, que motivo havia nisso.
Assim que tomar coragem, vou mergulhar no mar sem lembrar dos travesseiros, da tv, dos filmes, do sofá, nada de tédio, ódio e saudade, porque tudo acaba, e acaba mesmo.
Kapetadas
1- Eu li que o Gótico é o sujeito deprimido que descobriu que chorar de preto fica mais elegante que chorar de bege. Tô bege.
2 – A única verdade definitiva é o silêncio. E até ele anda calado demais ultimamente. E priu.
3 – A ilustração é de Flávio Cerqueira – Um Escultor de Significados.
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