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Polícia procura por testemunhas e imagens de morte de travesti no RS

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publicado em 05/06/2015 às 13h58

A Polícia Civil pedirá para ter acesso a imagens de câmeras de segurança de prédios situados na Rua Câncio Gomes, no Bairro Floresta em Porto Alegre, para tentar identificar os envolvidos na morte de um travesti, assassinado a tiros na madrugada de quinta-feira (4). Dois suspeitos teriam disparado contra Andréia Amado, de 29 anos. O caso é investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital.

“Esperamos consegui-las [imagens] ainda hoje. São diferentes lugares, entre prédios residenciais e comerciais”, disse ao G1 o delegado Filipe Bringhenti, que não descarta que o crime tenha sido motivado por homofobia. Ele, no entanto, ainda está em busca de uma testemunha que pode ajudar no esclarecimento do caso. O depoimento dela é fundamental para as investigações.

“Só sabemos o ‘nome de guerra’, ainda não conseguimos chegar até ela, que é uma testemunha que teria presenciado o crime e de repente até ouvido o diálogo antes dos tiros”, acrescentou.

Segundo a Polícia Civil, o assassinato aconteceu por volta da 1h30 na Rua Câncio Gomes. Dois jovens se aproximaram de dois travestis. Um deles relatou ter discutido com os suspeitos. Um deles o ameaçou de morte.

“As poucas informações que temos dão conta de que dois jovens fizeram uma piadinha para um travesti que estaria em uma esquina da rua. Eles estavam fumando maconha e ofereceram. O travesti não gostou e fez algum comentário que eles não gostaram. Um deles estava armado e disse que poderia ter atirado”, contou o delegado.

Ainda segundo o relato de testemunhas, a dupla abordou o segundo travesti, que acabou assassinado. Nenhum pertence de Andréia foi roubado após o crime. “Vamos tentar entender se [o crime] foi motivado por preconceito, se houve uma discussão ou eventualmente eles se conheciam”, declarou.

O local é um conhecido ponto de prostituição na capital. “Outros fatos semelhantes ocorreram ali, contra travestis e também contra prostitutas”, assinalou o delegado.

Uma amiga de Andréia, que não quis se identificar, afirmou que ela trabalhava na rua há três anos, com o objetivo de pagar uma cirurgia de troca de sexo. Antes disso, trabalhava como maquiadora em um salão de beleza. “Era uma pessoa muito tranquila e nunca se envolveu com brigas, por drogas, nada disso”, afirmou a amiga.

O corpo de Andréia foi velado no Cemitério Jardim da Paz, em Porto Alegre, ao longo da madrugada desta sexta-feira (5). O sepultamento está marcado para as 11h30.

G1

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