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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

De jeito maneira

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publicado em 28/10/2025 ás 07h00
atualizado em 28/10/2025 ás 09h29

O tempo sabe separar e acolher. Não é só dar um ok, ok, ok,  nessa dimensão catastrófica em que estamos vivendo, nesse fio que se perde ou enreda de tal modo que nos estrangula.  Uma amizade antiga também morre. Ninguém tem o direito de chamar o amigo de mentiroso, dizendo que ele estava tentando lhe fazer de besta.

De jeito maneira é uma forma enfática de dizer de jeito nenhum ou de maneira alguma para enfatizar uma negação.  A indagação, a expressão é usada para reforçar que algo não vai acontecer ou não é verdade. Já aconteceu. Desse jeito! Que horas são?

Contar o milagre, o santo, a santa, não é nada contemporâneo e nem precisa  – certamente, dispor de outras caravelas para descobrir o Brasil novamente. Alguns pelos brasis arrancados da imaginação, num horizonte adiado, nestas praias onde parece que o sol não nasceu para todos  e outras  rotas necessárias. Bateu, levou.

Meu texto é uma transa absorvente para aqueles que se deparam com uma realidade de tal modo agreste que, mais do que uma vida fluente e mesquinha, a morte ou a dívida ainda parecem conduzir todos os rituais e balacobacos.

Um dia eu vou matar as metáforas, enquanto isso não acontece, não me faço de outro –  tem gente que se faz, né? Tipo assim “está se fazendo”, né?

Estamos atolados num quotidiano abandonado pelos pesadelos rurais em cenários urbanos. Já não lembramos com o quê ou com quem sonhamos. Lembro dos senhores dizendo antigamente que uns morriam de morte natural outros de derrame. Engraçado, né? Outros morrem vivos.

Eu, para me libertar da obrigação de completar diálogos e conversas enfadonhas, discursos já mortos, sinto necessidade de ficar invisível, muitas vezes buscando sustento no mito de São Expedito, traindo meu glorioso São José.

Não adianta você rezar, rezar milhares de terços e tratar mal as pessoas. Acorda pra Jesus, criatura!

Clarão de  Lampião – Não passe a vida toda apagada, não adianta ter inveja ou querer ser a outra pessoa, que isso não rola mais, nem se abstenha em ignorar o terrível momento  do seu sofá, imortalizando bobagens, porquê está virada de costas para o mundo, para concentrar uma coisa, uma coisa qualquer, de jeito maneira, você não passa da esquina.

Alinhando ira e consequências, não seja bruta. Até tú, Brutos?

Kapetadas

1 – No Halloween brasileiro, o susto não vem das monstruosidades, mas do preço do quilo da abóbora na carapuça que não pulsa, pulsa, pulsa mais. Perdeu, mané.

2 – Chiquinha calculou: se mudar de nome, usar peruca e abrir uma lanchonete em Bodocongó, as chances de alguém lembrar dela caem para 1% – já é um começo.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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