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O Tribunal do Júri de Princesa Isabel condenou, na última sexta-feira (26), Étipo Jonas Barbosa Pereira a 18 anos e oito meses de reclusão pelo crime de tentativa de feminicídio praticado contra a namorada. O Conselho de Sentença seguiu a tese do Ministério Público da Paraíba e reconheceu que o acusado praticou o crime por motivo torpe, mediante recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da ofendida e concluiu que o delito foi praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.
Conforme denúncia oferecida pelo MPPB, Étipo Pereira tentou matar a vítima no dia 6 de janeiro de 2023, em uma via pública da cidade de Manaíra, no Sertão do Estado. Na ocasião, eles haviam terminado um relacionamento de 10 meses. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o réu tentou beijar e abraçar a força a ex-namorada e diante da negativa, ele correu atrás dela com uma faca para tentar esfaqueá-la. Ao ser impedido por um outro rapaz, o acusado, pilotando uma motocicleta em alta velocidade, foi em direção da ex-namorada, atingindo-a pelas costas. Ambos foram hospitalizados, ela em estado grave no Hospital de Campina Grande e ele com ferimentos na cabeça para um hospital em Pernambuco, estando foragido.
O promotor de Justiça Ernani Lucas Menezes, que atuou no julgamento, explicou que a pena foi agravada pelo fato de o réu ser reincidente e ter sido condenado criminalmente por agressão contra a mesma vítima.
A sentença judicial determina que a pena de 18 anos e 8 meses aplicada ao réu seja cumprida inicialmente em regime fechado, na Cadeia Pública de Princesa Isabel (após o trânsito em julgado da sentença), ou em outro estabelecimento prisional a critério da Execução Penal. O Juízo do Tribunal do Júri já determinou a expedição de mandado de prisão contra Étipo Pereira e a comunicação do Juízo das Execuções Penais para as providências pertinentes.
Rede de apoio
O promotor de Justiça reconheceu a importância da condenação, mas destacou a complexidade do fenômeno da violência doméstica contra a mulher e da dificuldade de se romper com o ciclo da violência, o que demonstra a importância da rede de apoio às vítimas.
“A condenação do agressor a 18 anos e 8 meses por tentativa de feminicídio é um passo importante na luta contra a violência doméstica, mas a verdade é que a ferida mais profunda ainda não foi curada. O ciclo de violência que tantas vítimas enfrentam é um labirinto emocional complexo, difícil de escapar. A vítima, mesmo após ter sido brutalmente agredida, encontrou um caminho de volta para o agressor. É urgente oferecer apoio especializado e acolhimento às vítimas, para que possam romper as correntes da violência e reconstruir suas vidas com dignidade e esperança”, defendeu o promotor.
MaisPB
BOLETIM DA REDAÇÃO - 26/09/2025