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Cinco anos sem José

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publicado em 06/09/2025 ás 14h28
atualizado em 06/09/2025 ás 14h30

Por Fátima Bezerra Maranhão 

Nasceu aos 11 de agosto de 1.935. Registrado aos 6 de setembro de 1933. Era comum nas cidades do interior do Nordeste, quando a família se demorava a ir ao Cartório. E o batistério? Monsenhor Joaquim Simões tratou de resolver.

O signo de leão fora o seu, e como lhe cabia bem!

José Targino Maranhão exalava nobreza, galhardia, carisma, bondade, otimismo, coragem.

Líder nato, frequentei o melhor pós doctor, ao viver ao seu lado. Suas lições eram de resiliência e de determinação ao mesmo tempo. Comandar sem pressionar, deixando livre o seu comandado. Faltaram- lhe discípulos. Creio- posso estar equivocada- que raros são os grandes personagens da vida que deixam discípulos conforme a figura do mestre.

São pessoas únicas!

Estaria entre 90 a 92 anos. Mas estará pra mais de 100 enquanto for lembrado por alguém.

Não são poucos a me dizerem… parece que o senador está viajando… ou como ele brincava: “vou ali e volto já. Vou pegar maracujá!“

Rastros seus, eu encontro. Em tudo o que faço e em tudo o que penso. Nos filhos e nas terras. No ar e no mar. No anseio que tinha de fazer feliz as pessoas que estavam ao seu redor: de mim ao motorista. Do morador de convívio próximo ao desconhecido eleitor.

Um democrata do seu universo. O bem para todos!

Tanto que suas últimas palavras no leito de morte foram: “vacina para o povo!“ não mais lhe servia, pois da COVID havia se libertado- não de suas sequelas- porém, como estadista que o foi tinha a visão dos benefícios das vacinas.

Nesse momento político, seria importante sua presença, bastaria um voo em céu de brigadeiro, para que dividindo com as estrelas a imensidão da noite, os líderes desse estado percebessem que no solo está o poder. Na base. No servir ao povo.

Eco, sierra! Torre! ATC! Papa tango Delta Quilo! Permissão para pousar!

Voltei a Serra de Araruna e vou lhe reencontrar na casa de fazenda que seu pai- o Velho Beija – construiu, num simples cantinho de Cacimba de Dentro. Ponto perdido no mapa do Brasil.
Viajo e entro na cena: O padre acaba de lhe batizar e com o nome José lhe passa a benção dos escolhidos: aquele que multiplicará. Acrescentará.

Tal foi sua vida!
Quão marcante foi o seu existir!

Fátima Bezerra Maranhão, desembargadora do Tribunal de Justiça da Paraiba