João Pessoa, 02 de agosto de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Tem gente que vive pra parecer.
Pra parecer sério, controlado, elegante, forte.
Gente que tem medo do riso alto, do tropeço no salto, da lágrima fora de hora.
Gente que não dança porque acha feio.
Que não canta porque desafina.
Que não ama porque tem medo de se jogar e cair no meio da rua do sentimento.
Sabe o que eu penso?
Que quem teme o ridículo, deixa de viver o extraordinário.
E eu já perdi tempo demais tentando ser perfeita.
Segurando o choro, organizando o cabelo, engolindo o grito.
Fui a mulher educada que todos esperavam.
Mas cansei.
Porque tem uma hora que a alma pede liberdade.
Extraordinário é rir até a barriga doer.
É amar sem garantias, mesmo correndo o risco de quebrar a cara.
É dançar como se ninguém tivesse olhando — e se tiver, que olhem.
É ser quem se é, sem pedir desculpas.
O medo do ridículo é um ladrão de momentos.
Quantas vezes a gente diz “não” quando queria tanto dizer “sim”?
Quantas vezes deixamos de viver uma história bonita por medo de parecer frágil?
O extraordinário não tá nas vitrines nem nas fotos milimetricamente filtradas.
Tá nas coisas que arrepiam, que fazem o coração acelerar, que arrancam da gente um “meu Deus, que loucura boa”.
Tem que viver com verdade.
Tem que se permitir.
Tem que correr o risco de parecer boba, pra um dia olhar pra trás e pensar: valeu a pena.
Porque o que é verdadeiro, é bonito.
E o que é bonito de verdade, quase sempre é meio ridículo mesmo.
Com alma livre e riso solto
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
BOLETIM DA REDAÇÃO - 22/07/2025