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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

Pra tudo tem Limite

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publicado em 13/07/2025 ás 09h14

Sim. Onde não há limite, reina a repetição.

A vida tem um jeito curioso de nos ensinar: se a gente não aprende na calma, ela repete na dor.
E muitas vezes, o que ela repete não é castigo — é consequência.

Quem viu o filme “Limite”, de Mário Peixoto,  lançado em 1931, vai encontrar as linhas visuais permanentes nos fios, arames, estradas, árvores secas, galhos e plantas, estacas e postes, telhados, paredes, grades ou cercas.  É tudo tão claro, que nos leva à primeira linha de memória e para tudo existe Limite.

Toda vez que você engole seco o que deveria dizer em voz alta, o mundo entende que você aceita, mas não é bem assim.
Quando você silencia diante do desrespeito, não é silêncio que se ouve — é permissão.
E aquilo que machuca hoje em silêncio, vira rotina amanhã sem aviso, mas tudo tem limite.

Não se trata de ser duro com o outro, mas de ser leal consigo.
Colocar limite não é criar muro.
É desenhar a cerca onde termina o espaço do outro e começa o seu.
É dizer: aqui dói. Aqui não mais. E por aí vai

A gente vive ensinando as pessoas como queremos ser tratadas — não só com palavras, mas com atitudes.
E o que toleramos demais se transforma em norma.
O que suportamos calados se transforma em lei invisível.
E quando menos se espera, aquilo que era só uma gota vira enchente que esberra no limite.

Respeito começa em casa, dentro da gente.
Começa quando a gente para de passar pano pro que fere, pro que aperta, pro que invade.
Começa no momento em que a gente se escolhe, mesmo que isso custe algumas companhias ou desagrados.

Ser bom não é ser passivo.
Ser firme não é ser rude.
Ser claro é um ato de amor-próprio, ser forte e revolucionário.

E quem se ama, se protege.
Quem se cuida, se impõe.
Quem se respeita, ensina o mundo a fazer o mesmo.

Então, não tenha medo de dizer: “Aqui não. Comigo não.”
Porque onde não há limite, há repetição.
E o que se repete sem freio, vira prisão.

Limite, limite, limite.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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