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Técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti é condenado por fraude fiscal

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publicado em 09/07/2025 ás 14h00

O atual técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, foi condenado pela Justiça espanhola a um ano de prisão por fraude fiscal cometida em 2014, quando comandava o Real Madrid. Além da pena, o treinador italiano também terá que pagar uma multa de 387 mil euros (cerca de R$ 2,4 milhões) e ficará impedido de acessar auxílios ou subsídios públicos por um período de três anos.

A condenação diz respeito à omissão de rendimentos obtidos por meio de direitos de imagem naquele ano. Ancelotti foi absolvido de acusações semelhantes relacionadas a 2015. O caso foi divulgado pela agência de notícias EFE.

De acordo com a legislação da Espanha, penas inferiores a dois anos, aplicadas a réus sem antecedentes criminais e relacionadas a crimes não violentos, geralmente não resultam em prisão em regime fechado. Procurada, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou que acompanha o caso, mas ressaltou que a condução do processo está a cargo da equipe jurídica pessoal do técnico.

Acusações do Ministério Público

Segundo o Ministério Público espanhol, Ancelotti deixou de declarar ao fisco mais de 1 milhão de euros — o equivalente a aproximadamente R$ 6,6 milhões na cotação atual — entre os anos de 2014 e 2015. A promotoria alegou que o técnico utilizou uma estrutura empresarial “complexa e opaca” para ocultar parte de sua renda, especialmente os valores oriundos de contratos de imagem e outros investimentos.

Durante o julgamento, realizado em abril deste ano, o italiano, de 66 anos, negou qualquer intenção de cometer fraude. Ele afirmou que sua única preocupação na época era receber o salário líquido estipulado em seu contrato com o clube espanhol e que não tinha conhecimento de irregularidades no modelo de pagamento.

“Nunca tive a intenção de enganar o fisco. Apenas queria garantir o salário líquido de seis milhões de euros por três anos. Nunca fui notificado de nenhuma investigação e sempre confiei no que o clube e meus consultores sugeriram”, disse Ancelotti ao Tribunal Superior de Justiça de Madri.

Ele também argumentou que o sistema de pagamentos via empresas era comum entre atletas e treinadores naquele período e que o próprio Real Madrid o orientou a adotar o modelo, prática que, segundo ele, também teria sido usada por outros profissionais, como o técnico José Mourinho.

Ancelotti deve desembarcar nos Estados Unidos nesta sexta-feira (12) para acompanhar a final do Mundial de Clubes. Com a eliminação do Fluminense, o treinador não poderá observar o desempenho de clubes brasileiros na competição, mas poderá assistir ao jogo decisivo de seu ex-clube, o Real Madrid, que enfrenta o PSG na semifinal.

Apesar da condenação, a continuidade de Ancelotti à frente da seleção brasileira não foi oficialmente colocada em xeque até o momento. A CBF reforça que acompanha o desdobramento da situação.

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